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Dúvidas e briga no tribunal: reveja dramática novela Elon Musk x Twitter 

Negociações duraram seis meses; prazo dado por tribunal dos EUA para oficializar a compra era até esta sexta-feira (28)

28 out 2022 - 10h21
(atualizado às 12h26)
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Funcionários do Twitter já dão “boas-vindas” a Elon Musk
Funcionários do Twitter já dão “boas-vindas” a Elon Musk
Foto: Reprodução / Twitter @NoemiKhachian

“Bota casaco, tira casaco”: essa é a expressão para explicar a "novela" que é a relação do bilionário Elon Musk, CEO da Tesla e dono da Starlink, com a rede social Twitter. Agora, no entanto, a história teve um ponto final nesta semana. 

Musk tinha até esta sexta-feira (28) para concluir a aquisição ou ele seria forçado a enfrentar o Twitter em um julgamento no Tribunal de Chancelaria de Delaware (EUA) — medida definida como parte do processo da empresa para fechar o negócio.

O maganta já chegou causando com visita à sede da empresa carregando uma pia para fazer uma piadinha e demitindo os principais executivos do alto escalão da companhia. Para entender melhor essa história, acompanhe em ordem cronológica dos impasses entre Musk e o Twitter.

Aquisição do Twitter

Tudo começou em abril, quando Musk comprou 73.486.938 ações do Twitter, equivalente a 9,2% do total de papéis da companhia, e tornou-se um de seus maiores acionistas.

Com isso, ele foi nomeado para o conselho de administração da rede social — o que mudou uma semana depois, quando o bilionário desistiu de fazer parte do conselho. 

Em 14 de abril, Musk decidiu fazer uma oferta para comprar o Twitter. De acordo com o documento apresentado à Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC, na sigla em inglês), órgão responsável por regular o mercado, o bilionário queria comprar todas as cotas que ainda não possuía pelo preço de US$ 54,20 por ação — o que levaria a empresa a valer US$ 44 bilhões. 

O bilionário revelou em 21 de abril como iria financiar a compra do Twitter: um investimento de US$ 33,5 bilhões, com US$ 21 bilhões em ações e US$ 12,5 bilhões em empréstimos, que bancos concordaram em emprestar na época. 

Em 25 de abril, Musk fechou acordo e comprou o Twitter por US$ 44 bilhões (R$ 232 bilhões na cotação atual). 

Musk se arrepende de compra

Em julho, Musk se arrependeu da aquisição da rede social e confirmou oficialmente o encerramento do acordo de US$ 44 bilhões. O motivo da desistência teria sido a violação material de várias cláusulas contratuais, com o empresário alegando que a plataforma estava “maquiando” dados de spam e contas falsas. 

No entanto, já era tarde demais. O Twitter levou o caso à Justiça em um processo que poderia se arrastar por meses, segundo analistas, com grandes chances de Musk perder.

Na primeira semana de agosto, o empresário usou sua conta pessoal no Twitter para dizer que o acordo de compra da plataforma poderia ser retomado sob duas condições, as mesmas que ele exigia desde o começo do processo: se a direção da empresa fornecer o método de amostragem de 100 contas e também demonstrar que elas são falsas.

Tribunal dos EUA dá prazo final para encerrar acordo

Desde então Musk vinha tentando vários recursos para evitar uma batalha judicial que iniciaria em uma corte estadunidense na primeira semana de outubro. Essas manobras vinham se mostrando infrutíferas, enquanto a data do julgamento se aproximava (17 de outubro) e as estratégias para evitar o tribunal também se esgotaram.

No dia 4 de outubro, o Twitter afirmou ter recebido de representantes de Musk "a intenção da companhia é fechar a transação" em US$ 54,20 por ação, como combinado inicialmente, em carta protocolada junto à Comissão de Valores Mobiliários. 

Musk recebeu um prazo que se encerrava nesta sexta-feira para que a negociação fosse concluída. A juíza da Corte de Delaware responsável pelo caso, Kathaleen McCormick afirmou que, caso o acordo não fosse cumprido, uma nova data de julgamento seria agendada para novembro.

Nesta quinta-feira (27) o bilionário publicou uma carta na rede social direcionada aos anunciantes, indicando que a decisão de comprar o Twitter foi motivada pela "tentativa de ajudar a humanidade". 

Fonte: Redação Byte
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