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É possível ter estabilidade no universo das criptomoedas?

Criptoativos tem sofrido com quedas bruscas nos últimos meses. Entenda como se preparar se quiser integrar o mercado

25 jul 2022 - 05h00
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Foto: fdr

O mercado de criptoativos está em queda e tem preocupado investidores. As explicações para a baixa de quase 70% na popular moeda digital Bitcoin de novembro a junho deste ano passam tanto pelo aumento de juros pelo Fed, banco central dos Estados Unidos, quanto por outros acontecimentos como o colapso da Terra (LUNA), que perdeu 99% do seu valor de mercado.

A surpresa com o período apelidado de “crypto winter” (inverno cripto) se deu por conta da percepção tardia de muitos sobre a alta volatilidade das moedas digitais, o que é entendido como um consenso entre especialistas. De fato, o mercado cripto é quase tão instável quanto o mercado de ações, por exemplo.

Para se ter uma ideia do quanto esses ativos variam rapidamente, a perda deles nos últimos dias alcançou US$ 1 trilhão de valor de mercado. Para sentir alguma estabilidade neste mercado tão volátil, deve-se estar atento e bem instruído sobre como, quanto e em que ritmo investir o seu dinheiro.

Por que os criptoativos caíram tanto?

Ricardo Rochman, professor de Finanças da Fundação Getúlio Vargas (FGV), explica que o atual cenário de incertezas levou muitos investidores a migrarem de investimentos de alto risco, como os criptoativos, para investimentos de renda fixa, que possuem baixo risco de perdas.

A inflação tem afetado todos os bancos centrais do mundo. No Brasil, ela gerou um aumento da taxa de juros antes mesmo de isso acontecer no Fed (banco central dos EUA).

Outros problemas apontados pelo professor são as incertezas no cenário político global, como a pandemia de covid-19, a guerra entre Rússia e Ucrânia e a falta de estabilidade dos governos, expressa em acontecimentos como a queda do primeiro-ministro Boris Johnson, por exemplo.

Porém, Rochman defende que o mercado de criptoativos ainda está na infância, e que mesmo com a crise oferece boas oportunidades de investimento e diversificação de carteiras.

Outros especialistas também acreditam que a queda nos criptoativos é uma fase e que os altos valores no mercado deverão retomar com uma estabilização da economia. “Crises sempre tivemos e viveremos muitas outras ainda, então é melhor estarmos sempre vigilantes e preparados”, defende Carlos Alberto Rasini, fundador do comitê executivo da Conselheiros Trendsinnovation do Brasil (CTIB).

Já Jorge Stolfi, professor titular do Instituto de Computação da Unicamp, considera que as criptomoedas fazem parte de um “esquema ponzi”, ou seja, um esquema de pirâmide que promete o pagamento de altos juros em um curto período de tempo. “Não tem nenhum valor intrínseco pois não há nenhuma fonte de renda que possa devolver aos investidores o dinheiro empenhado”, diz o professor.

Para ele, há arbitrariedade na precificação dos Bitcoins pela falta de dados ou teorias que permitam dizer o preço justo de uma criptomoeda. “Depende inteiramente do sentimento e da situação financeira dos investidores, que também não têm a menor ideia de qual é o preço justo. Qualquer boato — até mesmo um tuíte do Elon Musk com dois emojis — pode fazer o preço subir ou descer”.

Em coluna do jornal The New York Times, o economista Paul Krugman também chama as criptomoedas de “esquema de pirâmide pós-moderno”. “A indústria atraiu investidores com uma combinação de jargão tecnológico e baboseira libertária; ela usou um pouco do fluxo de caixa para comprar a ilusão de respeitabilidade, que trouxe ainda mais investidores. E em pouco tempo, mesmo com os riscos se multiplicando, tornou-se muito grande para regular”, escreve Krugman.

Como se preparar para esse tipo de mercado

Se você é do time dos investidores que veem potencial nos criptoativos, o ideal é entender como funciona esse mercado e se proteger para não sofrer grandes perdas.

Rodrigo Monteiro, diretor executivo da Associação Brasileira de Criptoeconomia (ABCripto), aconselha investimentos iniciais de forma gradativa. “Começar aos pouquinhos, numa corretora com toda a obediência às regras brasileiras e que garanta todos os direitos de consumidor e investidor que o cidadão precisa ter”. Para começar, o ideal é destinar até 1% do patrimônio para a compra de ativos, chegar até uns 3% e sentir como se movimentar com o tempo.

Para Rasini, o principal conselho é de ter um pensamento de longo prazo (o chamado buy and hold) e entender que o mercado cripto é muito diversificado, com diferentes ativos.

Ele sugere criar uma carteira formada com uma parte maior para os principais ativos do mercado e uma parte menor para outros tipos, mas que ainda estejam entre os 100 principais criptoativos listados pela plataforma de câmbio CoinMarket. “A lógica é muito parecida com a de aplicações na Bolsa”, afirma.

As criptomoedas mais seguras para investir

De acordo com Rochman, as aplicações mais seguras dentro das opções de criptoativos são Bitcoin e Ether, e também as chamadas stablecoins (moedas mais estáveis) Tether e USD Coin. “Mas Bitcoin e Ether são voláteis, ou seja, seus preços variam muito em comparação com outros ativos financeiros, como, por exemplo, ações ou câmbio. Já Tether e USD Coin possuem paridade com o dólar dos Estados Unidos”, explica.

Os especialistas afirmam não haver tecnologias específicas para trazer mais estabilidade aos criptoativos. A volatilidade desse mercado viria justamente das negociações do mercado. “O mercado cripto traduz o sentimento real do investidor que é espelhado nos gráficos através da volatilidade. Não há tecnologia (ainda) que reduza o medo ou o apetite para o risco”, argumenta Rasini.

No quesito da cibersegurança, a tecnologia blockchain, usada pelas criptomoedas, é considerada bastante segura. Afinal, como seus dados dependem de uma rede descentralizada de computadores, invadir todos eles ao mesmo tempo é quase impossível. “Por outro lado é altamente transparente, ou seja, conseguimos rastrear qualquer transação ocorrida na blockchain”, diz Rochman.

Fonte: Redação Byte
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