Eletrodo orgânico pode tratar câncer ao ser absorvido pelo corpo
Pesquisadores anunciaram uma nova forma de tratar câncer e outras doenças: um eletrodo orgânico que pode ser absorvido pelo corpo e gerar estimulação elétrica
Em estudo publicado na revista científica Nature Communications, pesquisadores anunciaram uma nova forma de tratar câncer e outras doenças: um eletrodo orgânico que pode ser absorvido pelo corpo e praticar estimulação elétrica terapêutica nos tecidos.
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A eletroterapia é um método de tratamento médico que utiliza correntes elétricas para estimular os tecidos do corpo e o sistema nervoso. Normalmente, o tratamento é usado para doenças crônicas, como Parkinson, mas existem várias doenças não crônicas que poderiam potencialmente beneficiar da técnica.
Conforme anunciam os cientistas, esse eletrodo pode ser inserido sem cirurgia invasiva, integrar-se ao corpo e se dissolver com o tempo. A tecnologia foi criada a partir do A5, um polímero misto de íon-elétron solúvel em água. Também é composto por pequenos polímeros chamados oligômeros, o que confere melhores propriedades de biorreabsorção.
Para testar o funcionamento da tecnologia, os pesquisadores usaram peixes-zebra. Na prática, injetaram A5 no cérebro do animal usando uma seringa. Quando o A5 interagiu com íons, formou um eletrodo macio e estável.
Ao aplicar pulsos elétricos ao cérebro dos peixes com os eletrodos implantados, os pesquisadores puderam controlar a sinalização neural.
"Desenvolvemos uma técnica em que uma solução de nanopartículas é injetada no tecido usando uma agulha com diâmetro de um fio de cabelo humano. Essas partículas, compostas por pequenas cadeias moleculares (polímeros), então se auto-organizam em uma estrutura condutora e se integram às células do corpo", explicam os pesquisadores, em comunicado divulgado pela própria universidade.
A estrutura condutora começou a se degradar cerca de nove dias após a inserção antes de ser completamente reabsorvida sem causar danos. "Nosso trabalho integra naturalmente a eletrônica aos sistemas biológicos, o que abre possibilidades para terapias para doenças não crônicas, de difícil tratamento", conclui a equipe.
Técnicas de estimulação elétrica ajudam a tratar condições
Como já mencionamos — e como alguns estudos já deixaram bem claro —, os estímulos cerebrais elétricos não invasivos podem ajudar no tratamento de Parkinson. Em 2021, pesquisadores norte-americanos chegaram a desenvolver uma fórmula para aperfeiçoar as técnicas de eletroestimulação, ao identificar uma nova região do cérebro onde os efeitos são mais duradouros.
Isso porque, até a ocasião, os efeitos do tratamento tinham se mostrado momentâneos. No procedimento, os médicos comandam pequenos eletrodos implantados no cérebro e, com eles, enviam sinais elétricos à região que controla o movimento.
Estímulos elétricos ajudam até a largar o cigarro
Os impactos da técnica são tantos,que estímulos elétricos ajudam até a largar o cigarro. Pesquisadores do University Hospital of Dijon, na França, viram que o tratamento aumentou as chances de continuar a abstinência do tabaco por até seis meses.
Na ocasião, a técnica também usou eletrodo, gerando uma corrente elétrica de baixa intensidade no couro cabeludo. Nos Estados Unidos, o tratamento já havia sido aprovado em 2020, mas apenas no auxílio à interrupção do uso de tabaco no curto prazo.
Fonte: Nature Communications, Lund University
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