Copa aquece mercado brasileiro com TVs de até R$ 99 mil
Com novos aparelhos de R$ 1.099 até R$ 99 mil, a Copa do Mundo está aquecendo as vendas de televisões no Brasil. Uma pesquisa recente da Fecomércio-RJ indicou que um em cada três brasileiros pretende comprar TV entre abril e junho, o que representa o dobro da média (16%) da cronologia traçada pelo Perfil Econômico do Consumidor (PEC). “O consumidor antecipou a sua decisão de compra, justamente por conta da Copa, para acompanhar melhor o evento, mas isso não influencia a grande maioria dos consumidores”, afirma Claudio Nadanovsky Santos, analista de produto da Panasonic.
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Líder do mercado nacional com 28% das vendas, a LG acredita não apenas na Copa, mas nos eventos esportivos como principal parâmetro para vendas no setor. Ela cita como exemplo as últimas Copas e Olimpíadas que aceleraram o desenvolvimento das tecnologias em alta definição e 3D. “Os eventos tem potencial de ajudar o consumidor a fazer a decisão compra da TV. Ele diz “quero uma tela maior, quero uma qualidade melhor de imagem e som””, disse Fernanda Suma, gerente de marketing de home eletronics da LG.
O gerente sênior da Samsung Brasil, William Peter Lima, ainda lembra que entre os brasileiros, 200 milhões devem assistir ao evento pelas ‘telinhas’, por este motivo a busca pelas TVs deve ficar mais frequente perto dos jogos.
“A Copa do Mundo sempre foi um momento de vendas divisor de águas. O brasileiro fica parado para assistir os jogos. Porém, mesmo com o evento sendo no Brasil, apenas três milhões poderão ir aos estádios”, lembra Lima.
O discurso é reforçado por Sergio Buch, gerente de televisores da Sony. A companhia japonesa é uma das patrocinadoras oficiais da Copa no Brasil. “A gente está com foco na Copa do Mundo. Nós sabemos que é uma alavanca e que temos uma vantagem ainda maior pelo evento ser no Brasil”, explica Buch. Segundo ele, a produção de televisores das empresas no Polo Industrial de Manaus cresceu 70% em 2014, quando comparado ao ano passado.
Outra tendência neste período é a “inversão de sazonalidade” nas vendas, com as negociações no comércio de TVs entre abril e junho superando as vendas de fim de ano, em novembro e dezembro. Isso acontece apenas de quatro em quatro anos, no período da Copa.
“Há consumidores que trocam de televisor todo ano e consumidores que ficam com o produto até ele parar de funcionar. Durante o campeonato, pode haver um aumento de vendas maior, caso o Brasil vá passando de fase, tendo em base pesquisas que já analisamos”, explica o analista da Panasonic.
Novidades nas ‘telas’
A disputa pelo mercado de TVs se acirra e as empresas mostram suas novidades tecnológicas para o consumidor brasileiro. O mercado é bem variado com modelos em LED, Plasma, Smart TV, Full HD e o UHD. Com isso, as companhias capricham não na reformulação do portfólio das telas, mas também em seus recursos e acabamento.
A Samsung, líder mundial no mercado de TVs pelo oitavo ano consecutivo, apresentou 47 modelos dando foco em três pilares: telas grandes de LED, telas de plasma e novas tecnologias. “Nós temos uma ampla gama de portfólio para o consumidor. Nós temos desde a TV de 32 polegadas LED até modelos de 85 polegadas”, diz Peter Lima. “Mas o mais interessante de tudo é o que a gente está trazendo para mercado, como a função futebol que tem em todos os produtos”.
Já a holandesa Philips, aposta em uma nova linha de Smart TV com dez modelos, opções com e sem 3D, além de diversas opções de cores, a partir de 40 polegadas. “Nós temos um portfólio muito mais focado em telas maiores. Passamos recentemente de duas para quatro TVs de 65 polegadas. Mas também estamos tentando trazer vários pontos com mais opções de cores. Telas na cor branca. Temos produto com acabamento de metal”, afirma André Romanon, gerente sênior da TPV, empresa responsável pelas TVs da Philips.
A Sony é outra empresa que aposta em TVs de tela grande, mas com tecnologia 4K (com qualidade de TV quatro vezes superior ao Full HD). “A gente tem uma linha de telas grandes e 4K. Esse ano nós lançamos uma nova tela de 4K e temos três modelos de 4K feitos em Manaus. Um de 60 polegadas e outro de 70 polegadas”.
Na contramão das grandes empresas, a AOC aposta em TVs de médio porte. A empresa que faz parte do grupo TPV, o mesmo que cuida das TVs Philips, acredita que o mercado ainda está absorvendo a marca e está colocando poucos produtos nas gôndolas.
“A AOC oferece todo range de produto para o consumidor que está migrando da TV de tubo para a TV flat. Temos modelos de 24 até 50 polegadas. A gente também aposta em telas maiores para a copa, como os modelos de 39 e 50 polegadas, e em Smart TV de 39 e 46 polegadas”, disse Walter Sinohara, gerente sênior da companhia. Ele ainda afirma, em tom de brincadeira, esperar um bom desempenho do Brasil na Copa, para alavancar as vendas também no mês julho.
Funcionalidades
As funcionalidades têm se tornado cada vez mais comuns em especial neste ano, com as empresas aproveitando para mostrar aplicativos e funções ligando o futebol na rede e em suas redes sociais. A Samsung aposta na parceria com o conteúdo da ESPN e em seu “modo futebol”, com uma opção no controle remoto que permite melhorar o som do estádio. A LG está trazendo conteúdo do “painel futebol” em parceria com o Placar UOL.
Já a Sony utilizará conteúdo oficial da Fifa em suas TVs, além do recurso “Social TV” que permite ao usuário interagir na internet durante os jogos, com hashtags no Twitter e até fazer uma ligação para algum amigo via Skype. A Philips acredita no conceito “Ambilight”, que ilumina o ambiente atrás da TV com as cores do gramado ou da bandeira dos dois times que jogam a partida. E a AOC colocará em suas Smart TVs o conteúdo do Terra.
Tendências
O LED é o principal modelo apresentado pelas companhias. O motivo para o LED ser mais requisitado é que o outro tipo de tela, Plasma, seria cara para o cliente – por puxar mais energia e pesar na conta de luz. “São telas de baixo consumo. Consome 50% a 60% menos que uma tela de plasma”, explica Sinohara.
Outra tendência apresentada neste ano de Copa é a disputa por tevês em alta definição (Full HD) e em ultra-alta definição (UHD). Para o vice-presidente da Samsung o UHD deve dominar o mercado em até três anos, tanto que a companhia já está vendendo TVs do gênero, assim como a LG e a Sony. No entanto, o preço ainda é proibitivo para a maioria dos brasileiros. A Samsung S9 Timeless UHD, de 85 polegadas, chega com preço sugerido de R$ 99.999.