Galeria da Fama dos inventores celebra tecnologia de chips
Um pesquisador que foi pioneiro no desenvolvimento das telas de cristal líquido que seriam posteriormente usadas em monitores de computador e televisores está entre os 15 novos membros admitidos à Galeria Nacional dos Inventores. George Heilmeier, 73, trabalhou no desenvolvimento das primeiras telas de cristal líquido, no RCA Laboratories, em Princeton, Nova Jersey.
Uma tela de cristal líquido (LCD) é uma superfície plana e fina que utiliza pouca energia elétrica para exibir imagens, o que a torna adequada para uso em aparelhos eletrônicos acionados por baterias. O LCD é um dos motivos para que os laptops tenham conquistado o sucesso que obtiveram.
"Tínhamos uma visão de que telas de cristal líquido poderiam revolucionar o setor de entretenimento", disse Heilmeier sobre o conceito desenvolvido nos anos 60. "Nossa idéia, naquela época, era a de que no futuro nossa invenção poderia permitir o desenvolvimento de televisores de telas planas, mas a tecnologia de circuitos integrados ainda não havia se desenvolvido o bastante, então".
Todos os novos indicados à galeria da fama da invenção, anunciados formalmente em Washington na quarta-feira, estão conectados de alguma maneira aos produtos que derivam do desenvolvimento, 50 anos atrás, de circuitos eletrônicos instalados sobre pequenas placas de silício, os quais conduziram a muitas coisas das quais a sociedade atual depende em base cotidiana, a exemplo de laptops, celulares, serviços bancários automatizados e projetores digitais de imagens em salas de cinema.
A cerimônia deste ano está planejada para o dia 2 de maio, no Museu da História da Computação, em Mountain View, no Vale do Silício, cerca de 55 quilômetros ao sul de San Francisco, nos Estados Unidos.
A Galeria da Fama dos Inventores, que fica em Akron, Ohio, foi criada em Washington pelo Serviço de Patentes e Marcas Registradas dos Estados Unidos e pelo Conselho Nacional de Associação de Leis de Propriedade Intelectual. A galeria da fama vem celebrando cientistas norte-americanos distintos desde 1973, e com o novo grupo de indicados atingirá um total de 404 homenageados. Entre os indicados deste ano, cinco já morreram e dez continuam vivos.
Larry Hornbeck, 66, está sendo conduzido à galeria da fama por seu trabalho no desenvolvimento de um sistema de microespelhos digitais (DMD), um conjunto de espelhos muito pequenos conectados sobre uma placa de silício. A tecnologia funciona pela condução de pulsos de luz aos espelhos, por meio de uma lente, e encontra aplicação em diversas atividades, das cabeças de impressão nas impressoras jato de tinta aos projetores digitais de cinema.
Hornbeck, que continua a trabalhar para a Texas Instruments, em Plano, Texas, diz que a tecnologia de projeção digital deve em breve ser integrada a celulares.
O novo grupo também celebra Carver Mead, um dos primeiros projetistas de chips de silício; Dov Frohman-Bentchkowsky, que trabalhou no desenvolvimento dos chips de memória ROM; e o falecido Jean Hoerni, co-fundador da Fairchild Semiconductor e conhecido pela criação de um processo industrial essencial para a fabricação dos modernos circuitos integrados.