Elon Musk cogita 'anistia geral' para contas suspensas no Twitter
Pesquisa usa mecanismo semelhante ao que possibilitou retorno do perfil de Donald Trump na rede social
Proprietário do Twitter, Elon Musk lançou uma enquete entre usuários da rede social na sobre o restabelecimento de contas suspensas, depois que uma pesquisa dias antes o levou a restabelecer o perfil oficial do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na plataforma.
"O Twitter deveria oferecer uma anistia geral para contas suspensas, desde que não tenham infringido a lei ou feito spam ultrajante? Sim/Não", ele perguntou. A votação ficará aberta até às 14h46 desta quinta-feira (horário de Brasília).
Should Twitter offer a general amnesty to suspended accounts, provided that they have not broken the law or engaged in egregious spam?
— Elon Musk (@elonmusk) November 23, 2022
O mecanismo é semelhante à estratégia utilizada no caso de Trump, cuja conta foi restabelecida no último sábado. Nesse caso específico, uma estreita maioria dos entrevistados apoiou a medida, dias depois do ex-presidente anunciar uma nova candidatura à Casa Branca. O perfil havia sido banido no início do ano passado por seu papel na invasão ao Capitólio dos EUA após vitória de Joe Biden nas eleições de 2020.
Um restabelecimento geral de contas suspensas no Twitter pode alarmar as autoridades governamentais, que estão observando de perto como Musk administra questões envolvendo discursos de ódio na rede social.
A medida também poderia assustar a Apple e o Google, que têm o poder de banir o Twitter de suas lojas de aplicativos móveis e negar o acesso à plataforma a centenas de milhões de usuários.
Além da conta do ex-presidente Trump, o Twitter restabeleceu outras contas suspensas, incluindo a de um site de paródia conservador e o de um psicólogo que violou as regras do Twitter sobre linguagem que identifica pessoas transgênero. Apesar dessas contas recuperadas, Musk disse que o teórico da conspiração Alex Jones, outro perfil controverso, permanecerá banido da plataforma.
Elon Musk, que fechou a compra do Twitter por US$ 44 bilhões no final de outubro, não esclareceu se as proibições na pesquisa eram suspensões permanentes ou temporárias. O novo dono do Twitter acredita que a moderação de conteúdo "é restritiva e prejudica a liberdade de expressão".
Essa visão gera temores de uma onda de abusos (desinformação, discurso de ódio) na rede social. Muitas marcas já suspenderam os gastos com anúncios, dos quais o Twitter depende 90% para obter receita.
Como mostrou o Estadão, desde a compra do Twitter por Musk, a empresa enfrenta uma leva de demissões de funcionários. Os usuários da plataforma passaram a temer a interrupção das atividades, que ex-funcionários chegaram a afirmar que a rede social poderia "quebrar" em breve.
Na semana passada, a hashtag #RIPTwitter (descanse em paz, Twitter) tomou conta da rede social, com usuários lamentando um possível fim da plataforma, criticando Musk e postando memes sobre a situação. A hashtag ficou entre os assuntos mais comentados da rede social no Brasil.
No mesmo dia, o empresário publicou, em seu perfil, uma imagem que remete a um enterro da rede social. Na imagem, é possível ver o logo do Twitter em uma lápide e também sobreposta a uma pessoa que posa para fotos em meio ao enterro.
Já na segunda-feira, 21, Elon Musk, disse em reunião geral que a empresa vai voltar a contratar após recentes demissões em massa e enviou um e-mail aos funcionários que permanecem na empresa informando que, agora, eles devem prestar contas sobre as atividades realizadas semanalmente. /Com informações da AFP