Script = https://s1.trrsf.com/update-1734630909/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Embriões de mamíferos se desenvolvem pela 1ª vez no espaço

27 nov 2023 - 10h31
Compartilhar
Exibir comentários

Uma experiência revolucionária, iniciada em agosto de 2021 na Estação Espacial Internacional (ISS), teve seus resultados publicados recentemente na revista iScience. A pesquisa, concluída com êxito, testou a hipótese de embriões de mamíferos, no caso ratos, poderem se desenvolver normalmente em um ambiente sem gravidade.

Há dois anos, centenas de embriões de duas células (formados logo após a fertilização do óvulo pelo espermatozoide) foram descongelados a bordo da ISS, onde cresceram durante quatro dias. Dezenas desses embriões, já em estágio de mórula (pequena esfera de células compactadas), regressaram à Terra, e quase um quarto delas formou aglomerados saudáveis, passando para o estágio seguinte: o de blastocistos.  

Já em Terra, e sob gravidade normal, essas estruturas mais avançadas do desenvolvimento embrionário vinda da ISS foram comparadas com outros embriões de ratos com o mesmo tempo de desenvolvimento, porém cultivados em terra firma desde sua fecundação. De acordo com o estudo, "a gravidade não teve efeito significativo na formação de blastocistos e na diferenciação inicial de embriões de mamíferos".

Comparando embriões cultivados na ISS e na Terra

Resumo gráfico do estudo.
Resumo gráfico do estudo.
Foto:  Wakayama et al.  / Tecmundo

Para testar as hipóteses, havia três amostras no estudo: além da que foi descongelada a bordo da ISS e mantida em ambiente de microgravidade, outra foi colocada em uma centrífuga da estação espacial para simular uma gravidade artificial parecida com a da Terra. A terceira configuração permaneceu todo o tempo no solo, como uma amostra de controle. 

"Os embriões cultivados sob condições de microgravidade desenvolveram-se em blastocistos com números de células normais, massa celular interna, trofectoderma e perfis de expressão genética semelhantes aos cultivados sob controle artificial de 1 g na Estação Espacial Internacional e controle de 1 g no solo", conclui o estudo.

A equipe também percebeu que, em condições normais de reprodução, os blastocistos produzidos na microgravidade da ISS poderiam se transformar em fetos e placentas de camundongos, sem alterações significativas no DNA ou na expressão genética. No entanto, a taxa de sobrevivência dos embriões cultivados no espaço foi consideravelmente mais baixa que a dos cultivados em Terra. 

Seres humanos poderiam reproduzir a vida no espaço?

Ainda há um longo caminha para reproduções humanas no espaço.
Ainda há um longo caminha para reproduções humanas no espaço.
Foto:  Getty Images  / Tecmundo

Embora as descobertas do estudo sejam promissoras para futuras reproduções humanas no espaço, ainda há um longo caminho a ser percorrido, visto que entre o estágio de blastocisto e uma gravidez bem-sucedida, há um período de tempo relativamente longo para que algo possa dar errado

O estágio de formação de células diferenciadas nos quatro dias subsequentes ao envio dos zigotos de ratos à ISS ocorreu antes de o embrião se fixar no revestimento do útero, um processo fundamental para o início efetivo da gravidez. Mantendo ratos fêmeas grávidas na microgravidade em um experimento anterior, a mesma equipe verificou que os embriões tiveram anomalias expressivas. 

Para evitar os efeitos adversos que a falta de gravidade produz nos ossos e músculos, os astronautas se exercitam constantemente na ISS. Mas a questão é: no caso de uma astronauta grávida, será que os benefícios dessa atividade física poderiam ser transmitidos ao feto? Por isso, a equipe planeja mais estudos nessa área, o que envolve a implantação dos blastocistos desenvolvidos no espaço, em fêmeas aqui na Terra.  

Mantenha-se atualizado com as todos os estudos científicos aqui no TecMundo. Se desejar, aproveite para ler sobre o audacioso plano da NASA de construir habitações na superfície lunar até 2040.

Tecmundo
Compartilhar
TAGS
Publicidade
Seu Terra












Publicidade