Emoji inflável paira sobre reunião da diretoria do Facebook
Manifestantes carregando um balão na forma de um emoji de raiva planejam receber acionistas do Facebook que se reúnem para a reunião anual da empresa nesta quinta-feira.
A gigante das mídias sociais deverá voltar a enfrentar na reunião demandas de investidores por reformas, que incluem a estrutura de votação da empresa e a destituição do fundador e presidente-executivo da rede social, Mark Zuckerberg, do posto de presidente do conselho de administração.
As demandas têm pouca chance de sucesso, já que uma estrutura acionária de duas classes dá a Zuckerberg e outros membros executivos o controle de cerca de 58 por cento dos votos na rede social. Além disso, muitos investidores deram de ombros sobre os escândalos de quebra de privacidade que envolveram a empresa, já que a receita do Facebook segue superando estimativas de Wall Street e a companhia continua a adicionar usuários globalmente.
Mas mesmo que os votos sejam em grande parte simbólicos, eles ainda são vistos como um indicador útil do sentimento dos investidores sobre o quão bem o ícone da mídia social está lidando com desafios em torno do conteúdo que é publicado na plataforma.
No ano passado, cerca de 83% das ações detidas por investidores externos votaram por uma proposta que faria com que a empresa tivesse uma estrutura de um voto por ação.
Uma coalizão de grupos ativistas pediu aos grandes investidores que rejeitassem a indicação de Zuckerberg ao conselho este ano, dizendo que o Facebook não protege os usuários, especialmente as minorias raciais e religiosas.
Liderados pelo grupo de consumidores Majority Action e pela organização de direitos civis Color of Change, eles juntaram 125 mil assinaturas em uma petição dirigida à BlackRock, uma das maiores investidoras externas do Facebook.
Os fundos da BlackRock apoiaram todos os indicados para a diretoria do Facebook no ano passado, mas também votaram por duas propostas de acionistas que teriam reorganizado a estrutura de governança do Facebook.
"O Facebook comprovou consistentemente sua falta de cuidado com seus usuários e está cada vez mais associado à proliferação de racismo e ódio online", disse Lisa Lindsley, assessora de mercado de capitais da SumOfUs, outro grupo na coalizão ativista e responsável pelo emoji inflável de 2,5 metros.
A BlackRock se recusou a comentar a petição, com um porta-voz dizendo que a empresa não antecipa votos ou se manifesta sobre companhias específicas.
A presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, criticou o Facebook na quarta-feira, afirmando que ela não mais tem interesse em dar à companhia o benefício da dúvida, depois que a empresa se recusou a remover um vídeo editado que tentou mostrá-la como incoerente.