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Empresa de biotecnologia oferece às grandes empresas de tabaco modelo para reduzir nicotina

7 ago 2017 - 17h24
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Investidores estão apostando em uma empresa de biotecnologia pouco conhecida para fornecer às cinco maiores da indústria do fumo cigarros com baixo teor de nicotina, mas até agora sua tecnologia não está comprovada.

As ações da 22nd Century Group, com sede em Nova York, subiram 80 por cento no mês passado, para o maior nível em três anos, quando a agência de fiscalização de alimentos e medicamentos dos Estados Unidos (FDA) propôs cortar os níveis de nicotina dos cigarros para que não sejam tão viciantes.

As esperanças dos investidores é que a tecnologia da 22nd Century se difunda, embora nenhum das grandes produtores de fumo a tenha comprado ainda.

A empresa de biotecnologia vegetal diz que tem mais de 200 patentes que lhe dão a capacidade de aumentar ou diminuir o nível de nicotina de folhas de tabaco, bem como o nível de canabinóides em maconha.

"Nós modificamos geneticamente o tabaco. Trabalhamos nisso há 20 anos", disse à Reuters Henry Sicignano, diretor executivo do 22nd Century.

Sicignano, que ajudou a desenvolver os cigarros Natural American Spirit antes da marca ter sido comprada pela RJ Reynolds em 2002, disse que o objetivo era reduzir os danos causados pelo tabagismo. Ao tornar os cigarros menos viciantes, as pessoas fumariam quando quisessem em vez de quando precisassem, e provavelmente fumariam menos.

Essa é a lógica por trás do anúncio da FDA sugerindo regulamentar a nicotina e encorajar os fumantes a mudar para alternativas vistas como menos nocivas, como os cigarros eletrônicos.

Sicignano disse que a 22nd Century pode fazer cigarros com 95 a 97 por cento menos nicotina do que os cigarros convencionais, que possuem cerca de 10 miligramas de nicotina cada. É a única empresa da área que pode produzir cigarros com teor de nicotina abaixo do limite que autoridades de saúde dizem acreditar não serem viciantes, acrescentou.

A 22nd Century tem cerca de 80 funcionários e receita anual de cerca de 16 milhões de dólares. Até agora a empresa tem 25 testes sendo realizados, segundo a FDA.

Os Estados Unidos são o quarto maior mercado de cigarros do mundo, atrás da China, Indonésia e Rússia, com vendas anuais de quase 119 bilhões de dólares. Por causa de impostos federais relativamente baixos, é o mercado mais lucrativo para a indústria.

Sendo assim, as empresas de tabaco devem combater vigorosamente qualquer requisito que limite o conteúdo de nicotina em todos os cigarros.

"Haverá uma quantidade grande de resistência", disse Clive Bates, ex-diretor da organização britânica de caridade Action on Smoking and Health (ASH) e que atualmente defende os cigarros eletrônicos.

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