Empresa de turismo espacial quer levar passageiros em um balão com design de luxo
Startup espanhola planeja voos comerciais com emissão zero e vistas únicas da Terra e do espaço
Halo Space apresentou design de cápsula para turismo espacial capaz de levar oito pessoas com vistas da curvatura da Terra. Voo de teste está agendado para junho na Arábia Saudita.
A Halo Space, empresa de turismo espacial, divulgou o design da cápsula de sua aeronave: um balão que levará as pessoas até a estratosfera. Ele está em desenvolvimento, com o objetivo de fazer voos comerciais com emissão zero, com a capacidade de alcançar altitudes de até 40 km.
De acordo com a Halo Space, os ingressos para cada viagem vão custar €150 mil (R$ 819,3 mil na cotação atual) cada. Cada voo contará com um piloto e oito passageiros a bordo da cabine pressurizada, enquanto o balão de hélio sobe lentamente até a estratosfera, com mínimas forças G.
Ao chegar nesse ponto acima do céu, os passageiros terão vistas únicas da curvatura da Terra e da imensidão do espaço, ou ao menos essa é a ideia. A companhia está trabalhando na tecnologia para tornar esse passeio uma realidade.
Até agora, cinco voos de teste foram concluídos. O próximo está agendado para junho na Arábia Saudita. O primeiro fora do país de origem da startup, na Espanha.
O novo design da cápsula quer combinar conforto, segurança e também estilo, elementos que dão um passo à frente no lançamento comercial.
"Os passageiros passarão até seis horas dentro de nossa nave espacial, e queremos que cada minuto seja inesquecível", disse Carlos Mira, CEO da Halo Space, em comunicado.
Design da era espacial
A Halo Space recrutou Frank Stephenson para o projeto, que já foi diretor de design Mini, Ferrari, Maserati, Fiat, Lancia, Alfa Romeo e McLaren. A revista Motor Trend o chamou de "um dos designers automotivos mais influentes de nosso tempo".
Com 64 anos e uma bagagem de fazer inveja, Stephenson pode adicionar balões espaciais no seu portfólio.
O layout prioriza vistas amplas através de janelas de 2,82 metros quadrados, e materiais leves, como liga de alumínio e compósitos. Isso ajuda a limitar o peso total de decolagem para 3,500 kg.
Uma das referências ao estilo que o design está sendo trabalhado é a arquitetura da Era Espacial, popular nos Estados Unidos após a Segunda Guerra Mundial. Ela possui as linhas curvas da cápsula, superfícies reflexivas e assentos experimentais.
Stephenson afirma que trabalhar em um projeto desta magnitude traz muitos desafios do ponto de vista do design.
"Desenvolver um interior bonito para os passageiros, considerando fatores como regulamentações rigorosas de segurança e distribuição de peso, apresentou desafios difíceis. Ao mesmo tempo, [o projeto] está totalmente comprometido em oferecer um apelo luxuoso e estético com funcionalidade", disse o designer, em nota.
Mesmo com o valor alto do ingresso, a startup pretende levar o turismo espacial para um público maior, com o objetivo de atender 10 mil passageiros até 2030.
A empresa eventualmente pretende lançar voos a partir da Espanha, Arábia Saudita, EUA e Austrália.