Yahoo testa identificação de dono de smartphone pela orelha
Escâneres de impressões digitais, populares nos modelos mais recentes de iPhone e em alguns com sistema Android, provaram ser vulneráveis
Um sistema que poderia desbloquear um telefone celular usando o reconhecimento da orelha de seu dono está sendo testado pelo Yahoo. Atualmente, telefones iOS e Android usam senhas ou reconhecimento de impressões digitais para o desbloqueio da tela.
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A empresa de tecnologia também está tentando usar os punhos ou até a maneira como as pessoas seguram seus smartphones como formas alternativas de autenticação biométrica. Escâneres de impressões digitais nos telefones celulares são cada vez mais populares, mas também são caros, por causa do tipo de resolução e da qualidade do sensor de que necessitam para funcionarem bem.
Por isso, o Yahoo pretende usar a própria tela sensível ao toque como sensor de imagem, o que poderia ser mais barato. O sistema em questão, desenvolvido pelo Yahoo Labs, chama-se Bodyprint e foi testado inicialmente por 12 pessoas.
A resolução de telas sensíveis ao toque é relativamente pequena, mas "sua área de superfície é grande, permitindo que o sensor de toque escaneie partes do corpo do usuário como orelhas, dedos, punhos e a palma da mão, ao serem pressionadas contra o monitor", afirma a equipe de desenvolvedores em seu site.
O sistema permitiu identificar partes do corpo com uma precisão de 99,98% e reconhecer os usuários com 99,5% de acerto. Só o escaneamento de orelhas conseguiu uma taxa de precisão de 99,8%, de acordo com os pesquisadores.
Ladrões
A especialista em biométrica Angela Sasse, do Departamento de Ciências da Computação da University College London, acredita que o sistema pode ter futuro como uma forma segura de acessar os celulares. "A pesquisa a respeito acontece há alguns anos, mas é nova em termos de resultados", afirmou.
No entanto, ela lembra que não é a primeira vez que orelhas são usadas como método de identificação. Na Suíça, tais métodos são aplicados até em lugares onde ocorreram roubos, para ajudar a identificar os criminosos.
"Ladrões tendem a encostar a orelha na janela para descobrir se há alguém em casa. Pensando nisso, a polícia passou a tirar impressões das orelhas no vidro das janelas, como faria com as impressões digitais", diz.
Sasse afirma ainda que um dos benefícios de um sistema de identificação baseado no escaneamento da orelha é que ele oferece mais privacidade do que o reconhecimento facial, por exemplo. Além disso, escâneres de impressões digitais, populares nos modelos mais recentes de iPhone e em alguns aparelhos com sistema Android, provaram ser vulneráveis a hackers.
No mês de abril, um relatório da empresa de segurança FireEye descreveu maneiras como hackers conseguem fazer cópias de impressões digitais usadas para desbloquear a tela do modelo Samsung Galaxy S5.
As pesquisas mais recentes focadas na biometria comportamental – a maneira como você digita uma palavra, por exemplo – também podem dar resultados bastante precisos, segundo Sasse.