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Empresas tech chinesas ainda têm dificuldades de promover a igualdade de gênero

24 abr 2018 - 08h23
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A Human Rights Watch publicou um relatório chamando atenção para a forma que empresas chinesas de grande porte na área da tecnologia estão deixando a desejar na luta contra o machismo nos ambientes de trabalho. Segundo o levantamento estatístico, quase um a cada cinco anúncios de emprego veiculados no país incluem informações como "apenas para homens" ou "preferencialmente homens".

Segundo Sophie Richardson, diretora da Human Rights Watch na China, algumas empresas vão mais fundo no sexismo. É o caso da Alibaba, que veiculou anúncios de recrutamento prometendo, como um dos benefícios das vagas ofertadas, que o ambiente de trabalho contava com colegas de trabalho bonitas.

Mais de 36 mil ofertas de vagas foram analisadas pelo estudo e as irregularidades foram constatadas em empresas de grande renome internacional, incluindo Alibaba, Baidu, Huawei e Tencent.

Alibaba

A maior empresa de e-commerce da China foi analisada pela entidade e um padrão consistente de exclusão de mulheres ficou evidente. Além de veicular ofertas de cargos apenas para profissionais do gênero masculino, a empresa também apresentou anúncio contendo como benefício para os homens a presença de mulheres atraentes no ambiente de trabalho.

Sobre as acusações, a empresa respondeu que "têm diretrizes claras e bem definidas sobre a igualdade de oportunidades independentemente do sexo" e que "conduzirá revisões mais rigorosas dos anúncios de recrutamento para assegurar a conformidade com nossa política". A Alibaba também informou que é uma das empresas que mais oferece igualdade de gênero em seu ambiente de trabalho, com um terço dos cargos de gerência sendo ocupados por mulheres.

Huawei

A fabricante de smartphones veiculou, em 2015, um anúncio através das redes sociais que dizia: "Você quer que seu salário aumente em uma taxa maior que os preços imobiliários, casar com uma mulher rica e bonita, de pele clara, e entrar no auge da sua vida?". Entretanto, a empresa alega que a igualdade de gênero está inserida em seus valores.

Após o relatório da Human Rights Watch, um porta-voz da Huawei informou: "Vamos rever as alegações trazidas à nossa atenção no relatório e também trabalhar para garantir que todos os materiais de publicidade de recrutamento sejam totalmente sensíveis à igualdade de gênero".

A diversidade dentro das empresas ainda depende de avanços por parte das políticas sociais. (Imagem: iStock)
A diversidade dentro das empresas ainda depende de avanços por parte das políticas sociais. (Imagem: iStock)
Foto: Canaltech

Tencent

A empresa administra um aplicativo de mensagens instantâneas muito popular na China e, segundo o relatório, em outubro de 2016, um funcionário disse, durante uma feira de recrutamento nos EUA, que a principal razão para ele ter se juntado à Tencent foi que as profissionais de Recursos Humanos que o entrevistaram eram sexualmente atraentes.

Em reposta, um porta-voz da empresa disse que a opinião desse funcionário não reflete a visão da Tencent, e adicionou: "Nós investigamos esses incidentes e estamos fazendo mudanças imediatas. Lamentamos que eles tenham ocorrido e tomaremos medidas rápidas para garantir que eles não aconteçam novamente".

Baidu

Empresa responsável pelo principal mecanismo de busca utilizado pelos internautas chineses, a Baidu teve diversos anúncio apontados como impróprios pelo levantamento. Em um vídeo postado em uma conta da empresa nas redes sociais, em setembro de 2016, um funcionário aparece falando que ele é feliz em sua vida profissional por poder trabalhar ao lado de mulheres bonitas. Um anúncio para profissionais interessados na vaga de revisor de conteúdos, veiculado em março de 2017, exigia que os candidatos fossem do gênero masculino para que pudessem trabalhar aos finais de semana, feriados e no período noturno.

Um porta-voz da Baidu declarou: "Valorizamos o importante trabalho que nossas funcionárias fazem em toda a organização, e lamentamos profundamente os casos em que nossas vagas de emprego não se alinharam aos valores da Baidu".

Mesmo antes de ser publicado o relatório da Human Rights Watch, a empresa retirou os conteúdos impróprios de suas mídias sociais e os descreveu como "casos isolados que de forma alguma refletem a dedicação de nossa empresa à igualdade no local de trabalho". A Baidu também declarou que 45% de seus funcionários são do gênero feminino, proporção que condiz, inclusive, com os cargos de hieraquias médias e altas.

Responsabilidade do governo

Na China, há legislações que proíbem a segregação de gêneros nos anúncios de vagas de emprego, mas ela peca por ser pouco descritiva em relação ao que configura discriminação na prática. O relatório completa: "Como resultado, o nível de fiscalização é baixo e as autoridades chinesas raramente investigam proativamente empresas que violam repetidamente leis relevantes".

Com o relatório, a Human Rights Watch pede que o governo da China realize mudanças nas legislações, incluindo uma nova lei antidiscriminação de gênero nos ambientes de trabalho. Além disso, também pede que as empresas "adotem e apliquem as políticas da empresa que proíbem todas as formas de anúncios de emprego discriminatórios com base no gênero".

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