Encontrada em Itaipu: conheça nova abelha que está voando pelo Brasil
Levantamento no Refúgio Biológico de Itaipu registrou de forma consistente a abelha-limão pela 1ª vez no país
A abelha-limão (Lestrimelita chacoana) foi registrada de forma consistente no Brasil pela primeira vez, segundo novo levantamento realizado no Refúgio Biológico de Itaipu divulgado na última sexta-feira (15) .
Além da espécie inédita no país, também foram encontradas mais oito tipos de abelhas sem ferrão no local. São elas:
- Borá (Tetragona clavipes);
- Jataí (Tetragonisca fiebrigi);
- Guiruçu (Schwarziana quadripunctata);
- Canudo (Scaptotrigona depilis);
- Arapuá (Trigona spinipes);
- Mirim Droryana (Plebeia droryana);
- Mirim Nigriceps (Plebeia nigriceps).
Mais sobre as abelhas
Conhecidas como meliponíneos, essas abelhas possuem um papel fundamental para a manutenção dos ecossistemas, pois fazem a polinização das plantas. Comumente chamadas de "sem ferrão", essas espécies têm, na realidade, um ferrão atrofiado, que não pode ser utilizado para defesa.
A abelha-limão leva esse nome por exalar um cheiro similar ao da fruta cítrica. Ela é conhecida como “pirata” porque invade colmeias de outras espécies e tomar conta do ninho, mel, cera e própolis. Seu mel não é comestível.
O levantamento ocorreu de outubro de 2021 a abril de 2023, por meio de uma parceria entre a Binacional, o Parque Tecnológico Itaipu (PTI), a Embrapa Florestas e Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila).
As novas informações foram armazenadas na coleção entomológica da Unila, que reúne amostras das espécies coletadas pelos pesquisadores da instituição.
“Esse conhecimento é fundamental para preservar essas espécies e, consequentemente, para a conservação da biodiversidade no Refúgio Biológico e em nossa região”, afirmou Guilherme Schnell, pesquisador da Embrapa Florestas e doutor em Ciências Biológicas.
A iniciativa estabeleceu também protocolos de manejo das abelhas sem ferrão e desenvolveu um módulo protetor para as caixas das espécies, para permitir a instalação de colônias em áreas abertas.
Esses módulos protegem as abelhas da ação de predadores, como macacos, quatis, gambás e teiús, entre outros. Atualmente, mais de 100 módulos protetores estão instalados na área do Refúgio Biológico Bela Vista.