"Engarrafamento" cósmico pode influenciar no surgimento de buracos negros, diz estudo
Estudo mostra que ambiente em torno de buracos negros supermassivos é perfeito para facilitar o crescimento de novos buracos negros
No centro das grandes galáxias, existem buracos negros supermassivos — enormes vazios que giram em torno de tudo nas próprias galáxias — que influenciam as estrelas e os seus sistemas. Agora, uma nova pesquisa sugere que tal comportamento em torno de buracos negros supermassivos pode causar "engarrafamentos" cósmicos.
Esses engarrafamentos, segundo estudo, podem ser essenciais para desacelerar as órbitas dos buracos negros de massa estelar. E, ao não circularem em harmonia, os buracos negros afetados podem ser forçados a colidir, fundir-se e criar um buraco negro maior.
Com isso, devido à grande influência gravitacional do buraco negro supermassivo responsável pelo "engarrafamento", pode-se criar uma massa de milhões (até bilhões) de vezes a do Sol.
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Isso resulta em ainda mais colisões de buracos negros que criam buracos negros cada vez maiores de massa estelar ao longo do tempo, com massas entre três e algumas centenas de massas solares.
Qual a conclusão do estudo? Que o ambiente em torno de buracos negros supermassivos é perfeito para facilitar o crescimento de outros buracos negros.
As novas descobertas foram conduzidas por uma equipe liderada por cientistas da Universidade Monash, na Austrália, que analisou a dinâmica encontrada nos discos de acreção, bem como nos buracos negros que estão embutidos neles.
Quando buracos negros de massa estelar ficam nestes discos de acreção, as suas interações com o gás que os rodeia podem fazer com que migrem através do disco.
A equipe teoriza que isso leva à acumulação de buracos negros de massa estelar em regiões que eles chamam de “armadilhas de migração”. Isto torna a possibilidade de dois buracos negros de massa estelar se encontrarem, colidirem e fundirem-se nestas regiões devido ao engarrafamento maior do que em qualquer outro lugar da galáxia circundante.
A pesquisa da equipe foi publicada na revista científica Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.
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