Entenda como a Funai monitora 98% das terras indígenas com satélite
Dados do Centro de Monitoramento Remoto serão usados em sete desintrusões nos próximos meses
A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) monitora, por meio de satélites, desmatamento, degradação, incêndios florestais, ocupação e uso criminosos em áreas indígenas da Amazônia Legal, tornando as decisões mais assertivas e rápidas.
Utilizando a tecnologia como aliada na prevenção de terras indígenas (TIs), a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) monitora, por meio de satélites, dados sobre desmatamentos, degradação, incêndios florestais e ocupação e uso criminosos em cerca de 600 áreas indígenas da Amazônia Legal.
Conectado ao satélite americano Landsat-8 — a 705 Km da Terra —o Centro de Monitoramento Remoto (CMR) da Funai avalia 98% das terras onde vivem 867,9 mil indígenas.
A vigilância tem precisão de 15 metros e forma uma base de imagens e dados vetorizados, gerados de forma autônoma a partir de uma varredura espacial que ocorre a cada 16 dias.
“Considerando a dimensão das TIs, 1.086.950 km, o CMR tem sido capaz de proporcionar maior efetividade da política pública, com tomadas de decisões mais rápidas, assertivas e de menor custo para o Estado, sobretudo no planejamento e nas ações de segurança. Uma incursão que antes durava 30 dias, atualmente conseguimos efetivá-la em 15” disse em comunicado a presidente da Funai, Joenia Wapichana.
O sistema da Funai utiliza dados públicos de instituições do país inteiro. A ferramenta permite o cruzamento de informações de diferentes temas como jurisdição das TIs, município, bioma, limitações com Unidades de Conservação, Cadastro Ambiental Rural, áreas quilombolas, entre outras.
O CMR foi estruturado e mantido nos últimos nove anos pela Norte Energia, concessionária da Usina Hidrelétrica Belo Monte.
“Nosso objetivo, para além das responsabilidades pela concessão de Belo Monte, foi ajudar a implantar algo que, de fato, pudesse contribuir de forma significativa para os Povos Indígenas e seus territórios, e consequentemente, com o trabalho da Funai e dos órgãos de segurança”, disse o Diretor-Presidente da Norte Energia, Paulo Roberto Pinto.