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Entenda nova fusão nuclear dos EUA e por que pode revolucionar a energia

Nova maneira de gerar energia produz poucos resíduos e não emite gases de efeito estufa; cientistas buscam viabilidade econômica

13 dez 2022 - 12h10
(atualizado às 12h12)
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Fusão nuclear é o mesmo método pelo qual nosso Sol expele energia
Fusão nuclear é o mesmo método pelo qual nosso Sol expele energia
Foto: LoganArt / Pixabay

Os EUA devem anunciar ainda nesta terça-feira (13) que desenvolveram um novo tipo de reação de fusão nuclear capaz de revolucionar a maneira como geramos energia. A descoberta ocorreu a partir de estudos do Laboratório Nacional Lawrence Livermore, na Califórnia.

A fusão nuclear nada mais é do que a união de dois átomos cujos núcleos se combinam para formar um único núcleo, mais pesado. No caso da produção de energia, estamos falando de átomos de hidrogênio que se mesclam para formar hélio.

Este tipo de reação acontece na superfície do Sol, o que faz com que a estrela libere muita energia. Mas isso não ocorre de forma natural no planeta Terra devido às dificuldades de se aproximar os reagentes, que se repelem por meio de forças eletrostáticas. Nos laboratórios, o processo é induzido por meio de reatores. 

Laboratório Nacional Lawrence Livermore, onde são feitas as pesquisas de energia de fusão nuclear na Califórnia (Imagem: National Ignition Facility/Wikimedia Commons)
Laboratório Nacional Lawrence Livermore, onde são feitas as pesquisas de energia de fusão nuclear na Califórnia (Imagem: National Ignition Facility/Wikimedia Commons)
Foto: Canaltech

Entenda a importância da fusão nuclear

O processo de fusão é considerado como uma fonte de produção de energia potencialmente limpa e segura, já que produz poucos residuos e não emite gases de efeito estufa. Entretanto, até agora, pesquisadores haviam explorado pouco a reação devido à sua inviabilidade econômica: nos laboratórios, os processos de fusão acabavam demandando mais energia do que gerando. 

O projeto que havia chegado mais perto do ganho energético até então era o da National Ignition Facility, que, no ano passado, produziu cerca de 70% da energia necessária para a sua própria operação. Segundo o portal Financial Times, a nova reação de fusão do Laboratório Nacional Lawrence Livermore produziu cerca de 2,5 megajoules de energia, o que representa cerca de 120% dos 2,1 megajoules usados para possibilitar a reação.

Para Élcio Abdalla, professor de física da USP, a nova maneira de gerar energia poderia ser "o Santo Graal" tecnológico em termos de energia, e teria valor trilhardário para o país detentor da técnica.

O novo modo de produção seria capaz de remodelar profundamente a economia global e afetar até mesmo o preço de commodities como o petróleo.

"O petróleo seria apenas utilizado por suas propriedades químicas e não mais como fonte de energia para locomoção, nem como aquecimento, o que para os países desenvolvidos ao norte do planeta, em regiões temperadas, mudaria toda a economia. Provavelmente o preço do petróleo desabaria", diz o professor. 

Atualmente, as usinas nucleares utilizam o processo de fissão para produzir energia nuclear, que consiste na separação de átomos. Com a nova descoberta realizada nos EUA, uma reação de fusão capaz de promover um ganho líquido de energia também poderá contribuir para uma produção energética limpa e segura de larga escala. 

"Até hoje, nenhum local do planeta conseguiu chegar a este ponto. Realmente, seria histórico”, afirma Abdala.

Fonte: Redação Byte
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