Entenda por que a Agência Espacial Europeia planeja criar um "eclipse artificial"
Missão Probe-3 visa capturar imagens e dados inéditos da atmosfera externa do Sol
Cientistas da Agência Espacial Europeia (ESA) planejam criar um "eclipse artificial" para estudar a coroa solar. A missão — chamada Proba-3 — visa capturar imagens e dados inéditos para explorar ao máximo a atmosfera externa do Sol.
Como a ESA pretende criar um eclipse artificial? Com satélites! Para isso, dois satélites vão operar de forma autônoma para simular condições do eclipse solar e proporcionar observações prolongadas.
A missão, que está em desenvolvimento desde julho de 2014, está planejada para ser lançada em setembro deste ano, na Índia.
"O Proba-3 é dedicado à demonstração de tecnologias e técnicas para voos de formação de satélites de alta precisão. Consiste em dois pequenos satélites lançados juntos que se separarão para voar em conjunto, para se preparar para futuras missões multissatélites voando como uma estrutura virtual", explicou a agência em um comunicado.
Como será a missão?
Os dois pequenos satélites serão lançados juntos em 2024 em uma órbita altamente elíptica (600 x 60.530 km com inclinação de cerca de 59 graus) em uma configuração de pilha.
O Proba-3, com seus dois satélites – a sonda Coronagraph e a sonda Occulter – manterão a formação até alguns milímetros e produzirão arcos com precisão de segundos a distâncias de 144 m ou mais durante seis horas de cada vez.
Na verdade, o par estará formando um satélite gigante virtual. E isso será alcançado de forma autônoma, sem depender de orientação do terreno.
Após um curto período preparatório, os dois satélites serão separados e injetados em uma órbita relativa segura.
"Incluída no período de comissionamento estará uma demonstração da manobra para evitar colisão da missão, garantindo que eles possam ser deixados com segurança em órbita, sem risco de colisão ou fuga um do outro", afirmou a ESA.
O principal objetivo da missão Proba-3 será permitir aos cientistas observar a coroa solar por períodos prolongados, uma vantagem significativa em relação aos breves momentos de observação durante eclipses naturais. Isso facilitará o estudo de fenômenos solares menos intensos e mais fugazes.