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Entenda por que o uso do YouTube na Rússia preocupa o governo

Usuários usam a plataforma do Ocidente para comunicação anônima e disseminação de conteúdo crítico ao governo de Putin

4 jun 2024 - 09h52
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Resumo
O YouTube tornou-se um canal essencial para os dissidentes russos e veículos de comunicação independentes, apesar dos esforços de censura do governo. Canalizando abertamente críticas ao governo e resistência digital, figuras como Alexei Navalny têm ganhado audiência significativa na plataforma.
Governo russo se preocupa com a ascensão do YouTube no país
Governo russo se preocupa com a ascensão do YouTube no país
Foto: Kremlin - Wikimédia Commons / Flipar

Os russos estão cada vez mais recorrendo ao YouTube como uma alternativa para obter informações e entretenimento, o que representa um desafio significativo para o controle do Kremlin sobre os meios de comunicação.

Com a televisão estatal russa perdendo a confiança da população, a plataforma de vídeos do Ocidente se tornou um canal essencial para dissidentes e meios de comunicação independentes, complicando os esforços de censura do governo de Vladimir Putin.

Conforme apurado pelo site Wired, figuras da oposição como Alexei Navalny e seus aliados têm utilizado o YouTube para divulgar investigações e críticas ao governo russo.

Como estão usando?

Vídeos como o que revelou o "palácio de Putin" alcançaram centenas de milhões de visualizações, demonstrando o poder da plataforma para influenciar a opinião pública.

Navalny, que colaborou com o grupo de jornalismo investigativo Bellingcat, conseguiu até obter confissões de seus supostos assassinos, publicando os vídeos diretamente no YouTube.

O crescimento da audiência dos canais de oposição é notável. Vladimir Milov, ex-vice-ministro do governo russo e aliado de Navalny, possui mais de 500 mil assinantes em seu canal, enquanto Leonid Volkov e Dasha Navalnaya, filha de Navalny, também atraem um público significativo.

A plataforma permite não só a disseminação de conteúdo crítico ao governo, mas também facilita a comunicação anônima entre os cidadãos, oferecendo um espaço para expressarem suas opiniões sem medo de retaliações.

E a censura?

As tentativas do Kremlin de suprimir essas vozes incluem bloquear plataformas como Facebook, Twitter e TikTok, além de rotular mídias independentes como "agentes estrangeiros".

No entanto, o YouTube permaneceu acessível e popular, tornando-se um ponto crucial de resistência digital.

Segundo apuração do Wired, Milov destacou que, mesmo com os esforços do governo para promover alternativas como o Rutube, um concorrente à plataforma do Google, o público russo continua preferindo o YouTube devido à sua vasta oferta de conteúdo e funcionalidade.

Ainda assim, o YouTube tem enfrentado pressões do governo russo para remover conteúdos.

O Google, recebeu milhares de pedidos de remoção baseados na lei russa n.º 149-FZ e atendeu a maioria deles. Apesar disso, plataformas de dissidentes continuam a planejar estratégias de contingência para manter suas vozes ativas, como o uso de satélites para transmitir notícias independentes, como o Pacote de Satélites Svoboda, criado pelo Comitê Denis Diderot.

Fonte: Redação Byte
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