Entenda por que os EUA estão considerando proibir novos fogões a gás
Eletrodomésticos populares das cozinhas podem estar com os dias contados
Um agente da Comissão de Segurança de Produtos de Consumo dos EUA afirmou, em entrevista à Bloomberg na segunda-feira (9), que o país pode proibir novos fogões a gás em meio à crescente preocupação com os poluentes emitidos pelos aparelhos.
“É um perigo oculto”, disse Richard Trumka, comissário da agência, ao portal. “Qualquer opção está sobre a mesa. Produtos que não podem ser seguros podem ser banidos”.
A maior preocupação é com a influência que os fogões têm na qualidade do ar dentro dos lares, já que esses artefatos produzem dióxido de nitrogênio e outros poluentes que podem irritar os pulmões e aumentar o risco de doenças cardíacas e câncer.
Um estudo publicado no Jornal Internacional de Pesquisa Ambiental e Saúde Pública mostrou que, de cada oito crianças com asma nos EUA, uma delas tem como causa o uso de fogão no ambiente doméstico.
A Comissão planeja abrir consulta pública sobre os perigos representados por fogões a gás ainda neste ano. Além de proibir a fabricação ou importação dos aparelhos, as opções incluem estabelecer padrões para as emissões dos fogões.
A boa notícia é que abrir uma janela e usar um exaustor pode fazer uma diferença imediata na qualidade do ar interno — exaustores eficazes, que ventilam para o exterior, podem reduzir os níveis de poluição interna em 55%, segundo pesquisa do Laboratório Nacional Lawrence Berkeley, nos EUA.
Efeito estufa
A produção de gases de efeito estufa pelos aparelhos, como o metano, também é motivo de preocupação para as autoridades públicas.
Até 2025, nenhuma casa nova no Reino Unido será construída com aquecimento de combustível fóssil, uma mudança que deve acompanhar a substituição de fogões a gás por de indução.
Nos EUA, a Lei de Redução da Inflação do presidente, Joe Biden, oferecerá às famílias subsídios de até US$ 1.340 (cerca de R$ 6.900) para a troca de um fogão a gás por um de indução.