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Equipe com brasileiro recria rosto de múmia com condição rara no cérebro; veja resultado

Jovem participava da elite egípcia e tinha 14 anos quando morreu; designer brasileiro Cícero Moraes participou da descoberta

23 nov 2023 - 09h47
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Múmia com crânio fora do padrão da normalidade foi analisada por equipe com brasileiro
Múmia com crânio fora do padrão da normalidade foi analisada por equipe com brasileiro
Foto: Cícero Moraes

Com ajuda do designer brasileiro Cícero Moraes, uma equipe de pesquisadores reconstruiu o rosto de uma múmia egípcia de 2300 anos portadora de um cérebro anormalmente grande. 

Pertencente à elite local, o jovem Minirdis faleceu com apenas 14 anos. Ele fazia parte de uma família "sagrada" e, antes de sua morte, herdaria o trabalho de sacerdote de seu pai, Inaros.

Seus restos mortais foram encontrados em 1925 no cemitério de Akhmim, no Egito, e os nomes foram identificados em uma inscrição no caixão.

Segundo Moraes, principal autor do estudo ainda a ser publicado sobre a descoberta, Minirdis tinha macrocefalia – um distúrbio caracterizado por um cérebro anormalmente grande.

"Nós trabalhamos com muitas medidas do crânio e temos boa noção dos parâmetros de normalidade. Quando alguma medida fica fora do esperado, conseguimos identificar rapidamente", disse em entrevista ao Byte.

Um crânio pode ser considerado megalencefálico se a circunferência da cabeça estiver acima de 2,5 desvios padrão para a idade e sexo do indivíduo. Neste caso, o perímetro cefálico e o volume cerebral estão três desvios-padrão acima, segundo o pesquisador.

A máscara mortuária teve que ser reposicionada para que o caixão pudesse ser fechado sem pressionar a cabeça.

"A parte mais desafiadora foi segmentar o corpo e a máscara mortuária, para posicionar-la corretamente e atestar a falta de espaço para o fechamento do caixão", comentou.

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A imagem de Minirdis foi reconstruída usando um modelo digitalizado de seu crânio, ao qual foram adicionados tecidos moles. O processo foi por dados de pessoas vivas. Além disso, a estrutura do crânio e da pele de um doador foi virtualmente recriada e depois deformada até corresponder às dimensões de Minirdis, revelando o verdadeiro rosto.

A macrocefalia pode ser benigna, mas é capaz de causar atrasos no desenvolvimento, deficiência intelectual, convulsões e até paralisia. Apesar do diagnóstico, a causa da morte do jovem permanece incerta.

Os restos mortais de Minirdis estão na coleção do Field Museum de Chicago, nos EUA, e Moraes e os coautores Francesco Maria Galassi e Michael Habicht aguardam formalidades acadêmicas para a publicação do estudo.

Fonte: Redação Byte
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