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Erupções em Vênus podem ser tão comuns quanto as da Terra

Evidências mostram que atividades vulcânicas em Vênus são mais comuns do que se pensava anteriormente

29 mai 2024 - 05h24
(atualizado às 20h51)
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A atividade vulcânica de Vênus é maior do que se imaginava, de acordo com um novo estudo publicado na Nature. Os cientistas encontraram evidências de erupções no planeta em dados da missão Magalhães, que investigou a superfície venusiana na década de 1990.

Foto: NASA/JPL-Caltech/Peter Rubin / Canaltech

Entre 1990 e 1992, o radar Magalhães, da NASA, mapeou 98% da superfície de Vênus, coletando dados que até hoje ajudam os cientistas a estudar o planeta vizinho da Terra. Foi graças a esse banco de dados que, em 2023, uma equipe fez a descoberta histórica de uma erupção vulcânica recente em Vênus.

Usando os mesmos dados em um novo estudo, outras atividades foram detectadas, aumentando as expectativas dos cientistas em relação à "vida" geológica de Vênus. "Vênus pode ser muito mais vulcanicamente ativo do que se pensava anteriormente" disse Davide Sulcanese, líder do estudo.

Pesquisador da Universidade d'Annunzio em Pescara, Itália, Sulcanese afirma que "ao analisar os fluxos de lava que observamos em dois locais do planeta, descobrimos que a atividade vulcânica em Vénus pode ser comparável à da Terra".

Cientistas conhecem várias regiões vulcânicas em Vênus, mas evidências de atividade recente só foram encontradas agora (Imagem: Reprodução/NASA/JPL-Caltech/ESA
Cientistas conhecem várias regiões vulcânicas em Vênus, mas evidências de atividade recente só foram encontradas agora (Imagem: Reprodução/NASA/JPL-Caltech/ESA
Foto: Canaltech

O radar Magalhães analisou Vênus por ondas de rádio enviadas à superfície do planeta, através da espessa cobertura de nuvens em sua atmosfera, que depois ricochetearam de volta para a espaçonave. Assim, os sinais refletidos transportaram informações sobre o material da superfície venusiana.

As regiões analisadas pelos autores foram o vulcão Sif Mons em Eistla Regio e a parte ocidental de Niobe Planitia, onde há várias formações vulcânicas. Eles escolheram duas datas em que a Magalhães coletou seus dados nessas áreas, uma em 1990 e outra em 1992.

Com esses dados em mãos, a equipe comparou a superfície em ambas as datas e descobriu um aumento na intensidade do sinal de radar ao longo desse curto período de tempo, sugerindo a formação de nova rocha vulcânica provavelmente lava solidificada.

Antes de chegar a essa conclusão, os autores se preocuparam em eliminar outras explicações para essas mudanças na superfície, como dunas de areia que poderiam se formar, ou até mesmo efeitos atmosféricos.

Estima-se que a erupção do Sif Mons produziu cerca de 30 km² de rocha, suficiente para encher 36 mil piscinas olímpicas, enquanto a erupção do Niobe Planitia produziu 45 km² de rocha, suficiente para 54 mil piscinas olímpicas.

Os resultados dão uma nova perspectiva sobre a atividade geológica do planeta considerado "irmão gêmeo da Terra" e pode ajudar a descobrir por que Vênus, contrariando todas as suas condições iniciais, não se tornou propício à vida.

Fonte: NatureNASA

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