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Escassez de vacinas contra cólera muda estratégia da OMS

Organização Mundial da Saúde fala em “terrível escassez de vacinas" de cólera à medida que casos aumentam no mundo

31 out 2022 - 17h03
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Até o começo de outubro, autoridades nacionais do Haiti haviam confirmado 32 casos e 18 mortes por cólera
Até o começo de outubro, autoridades nacionais do Haiti haviam confirmado 32 casos e 18 mortes por cólera
Foto: WHO/L. Pezzoli / Divulgação

Um surto de cólera, que já atingiu pelo menos 29 países, fez com que a Organização Mundial da Saúde (OMS) alterasse o esquema de vacinação contra a doença por causa da escassez de imunizantes. Em vez de duas doses da vacina, agora aplica-se apenas uma. 

“A suspensão temporária da estratégia de duas doses permitirá que as doses restantes sejam redirecionadas para quaisquer necessidades do resto do ano”, escreveram. 

A cólera é uma doença causada pela bactéria Vibrio cholerae, que gera uma infecção intestinal. O meio de transmissão pode ocorrer por ingestão de alimentos ou água contaminados, ocasionando diarreia e vômito. Uma forma de prevenção da doença é o abastecimento de água potável e a garantia do acesso ao saneamento básico. A doença afeta de 1,3 milhões a 4 milhões de pessoas todos os anos e as estimativas da OMS são de 21 mil a 143 mil mortes anualmente. 

Até o começo de outubro, autoridades nacionais do Haiti haviam confirmado 32 casos e 18 mortes, assim como mais de 260 casos de cólera suspeitos em torno da capital, Porto Príncipe. Países como Malawi e Síria enfrentam cenários mais alarmantes. 

De acordo com a OMS, é uma situação fora do comum, pois “nos últimos cinco anos, menos de 20 países em média notificaram surtos".

Surto agravado por falta de vacina e falta de saneamento

Segundo a organização, a tendência global está se encaminhando para surtos mais numerosos, mais difundidos e mais graves. Os motivos são as consequências de inundações, secas, movimentos populacionais e outros fatores que limitam o acesso à água potável e aumentam o risco de surtos da doença.

A OMS também destaca que a oferta atual de vacinas contra a cólera é extremamente limitada. O uso é orientado pelo Grupo de Coordenação Internacional (ICG), responsável pela distribuição emergencial de doses contra a doença.

O ICG já distribuiu, das 36 milhões de doses previstas para serem produzidas em 2022, 24 milhões para campanhas preventivas (17%) e reativas (83%). Mais oito milhões de doses foram aprovadas pelo ICG para a segunda rodada de vacinação de emergência em quatro países, ilustrando o que eles chamam de “terrível escassez de imunizantes”. 

Também não há expectativa para que os fabricantes produzam mais doses, já que segundo a OMS, estão “produzindo em sua capacidade máxima atual”. A organização afirma que a suspensão temporária da estratégia de duas doses permitirá que as restantes sejam redirecionadas para quaisquer necessidades do resto do ano.

Fonte: Redação Byte
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