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Escorpiões gigantes: cientistas descobrem fósseis que cruzaram oceanos na era Paleozoica

Pesquisa analisou fósseis encontrados na Austrália que indicam que criaturas poderiam cruzar vastos oceanos há mais de 400 milhões de anos

21 ago 2024 - 10h47
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Fóssil de escorpião marinho gigante é descoberto por cientistas
Fóssil de escorpião marinho gigante é descoberto por cientistas
Foto: Reprodução Chirinos/Science Source

Pesquisadores revelaram uma descoberta impressionante sobre os escorpiões marinhos gigantes da era Paleozoica. Esses predadores antigos, conhecidos como euriptéridos, podiam crescer mais de 2,7 metros de comprimento e eram os dominantes dos oceanos, assim como os tubarões atualmente. 

A pesquisa analisou fósseis encontrados na Austrália que indicam que essas criaturas poderiam cruzar vastos oceanos há mais de 400 milhões de anos, estendendo seu alcance ao supercontinente Gondwana.

Liderado pelo paleobiólogo Russell Bicknell, do Museu Americano de História Natural, o estudo foi publicado na revista Gondwana Research.

"Isso ultrapassa os limites do que sabíamos sobre o comportamento de artrópodes gigantes.É incrível pensar que eles foram capazes de migrar tão longe", disse Bicknell em entrevista ao New York Times. 

Escorpiões marinhos: gigantes dos mares antigos

Os euriptéridos, popularmente conhecidos como escorpiões marinhos, eram uma classe diversa de artrópodes. Embora variem em tamanho, seus maiores representantes chegavam a mais 2,7 metros. Com suas poderosas garras, exoesqueletos resistentes e habilidades de natação, eles provavelmente dominavam os mares da era Paleozoica.

No entanto, apesar de seu tamanho e força, esses gigantes dos mares desapareceram misteriosamente. O registro fóssil desses animais atingiu seu auge durante o período Siluriano, há cerca de 444 milhões de anos, antes de se extinguir no início do Devoniano, cerca de 393 milhões de anos atrás.

"Esses animais gigantes surgiram, cresceram e, de repente, desapareceram", afirmou ao New York Times James Lamsdell, paleobiólogo da West Virginia University, que não esteve envolvido no estudo.

"Foi uma queda surpreendentemente rápida, especialmente para criaturas tão dominantes."

Novas evidências da Austrália

Embora a maioria dos fósseis de euriptéridos tenha sido encontrada na América do Norte, Europa e, mais recentemente, na China, fósseis da Austrália eram escassos e fragmentados demais para identificar grandes espécies. O novo estudo de Bicknell documenta um conjunto significativo de fósseis australianos analisados em detalhes.

Entre os fragmentos, Bicknell identificou partes de exoesqueletos e até uma possível peça de cabeça com vestígios de olhos. Ele atribuiu os fósseis a dois tipos de euriptéridos: Pterygotus e Jaekelopterus, este último sendo o maior escorpião marinho conhecido.

A análise das formações rochosas onde os fósseis foram encontrados revelou semelhanças com locais em outras partes do mundo, sugerindo que esses escorpiões marinhos habitavam mares rasos e deltas ao redor de antigos continentes.

Segundo a publicação, alguns fósseis estavam associados a peixes blindados e fragmentos de trilobitas, indicando que esses predadores se alimentavam de presas com armaduras duras.

À medida que novas descobertas forem feitas, os cientistas esperam entender melhor a história dos escorpiões marinhos e o que levou à sua extinção.

"Com o tempo, mais fósseis serão descobertos", afirmou Lamsdell. "E então teremos uma compreensão mais clara do que aconteceu com esses animais impressionantes."

Fonte: Redação Byte
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