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Especialista explica como X driblou bloqueio e voltou a funcionar no Brasil

Segundo especialistas, a manobra envolveu uma atualização no app que altera a forma como os servidores se conectam à internet

18 set 2024 - 16h23
(atualizado às 18h06)
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Foto: Forbes

Em uma tentativa de burlar o bloqueio imposto pela Justiça do Brasil, a rede social X (antigo Twitter), do bilionário Elon Musk, conseguiu deixar a plataforma acessível aos usuários — pelo menos para alguns.

A manobra, segundo a Associação Brasileira dos Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint), envolveu uma atualização no aplicativo que alterou a forma como os servidores da plataforma se conectam à internet.

Em nota, a Abrint disse que em vez de utilizar endereços IP (endereço exclusivo que identifica um dispositivo na internet ou em uma rede local) diretos e facilmente identificáveis, o X passou a utilizar um serviço de proxy reverso, que dificulta o rastreamento e o bloqueio.

Como explicou ao Byte Rodolfo Santos, analista de soluções de segurança da Teltec Solutions, um proxy reverso funciona como um centralizador do tráfego, recebendo as solicitações dos clientes e encaminhando para os servidores. "É como um correio que centraliza todas as cartas e depois as encaminha para os destinatários", disse.

A atualização no app, que já está em funcionamento, passou a utilizar endereços de IP dinâmicos fornecidos pela plataforma Cloudflare, o que dificulta significativamente qualquer tentativa de bloqueio por parte dos provedores de acesso à internet.

Diferente do sistema anterior, que utilizava IPs específicos e passíveis de bloqueio, a nova estrutura baseada no Cloudflare compartilha IPs com outros serviços legítimos, como bancos e grandes plataformas de internet.

O órgão informou que, isso significa que o bloqueio de um único IP poderia comprometer o funcionamento de outros serviços cruciais para o ecossistema digital, o que exige uma análise técnica mais aprofundada e orientações claras da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

Santos comenta que, da mesma forma que pode ser contratado com a finalidade de melhorar o acesso e desempenho a serviços, a funcionalidade de proxy reverso pode ser usada para burlar bloqueios de sites como ocorre com o X (antigo Twitter).

"Isso é possível porque os usuários não estão acessando mais o X diretamente, mas sim o endereço do proxy reverso, o qual não está sendo bloqueado, e o proxy reverso encaminha esse tráfego para o X. Ou seja, o tráfego parece estar indo para o proxy, e não para o site bloqueado", disse.

Mas o que isso significa na prática?

Imagine que o X fosse uma casa com um endereço específico na rua. Para bloquear o acesso a essa casa, a  Anatel colocou uma placa na porta dizendo "Proibido entrar".

No entanto, o X encontrou uma forma de mudar de endereço sem avisar ninguém. Agora, em vez de ir diretamente para a casa, as pessoas podem usar um atalho que leva ao mesmo lugar, mas com um endereço diferente.

Essa mudança técnica tornou o bloqueio muito mais complexo, pois ao tentar bloquear o novo endereço, a Anatel também bloquearia outros sites que utilizam o mesmo serviço de proxy, como sites de bancos, governos e grandes empresas.

O analista da Teltec Solutions afirmou que é um desafio muito grande conseguir contornar essa situação.

"Não é possível impedir a venda do serviço de proxy reverso, dado que muitas empresas utilizam esse serviço para segurança e melhoria do desempenho de suas aplicações. Além disso, não se pode realizar o bloqueio do Cloudflare sem impactar inúmeros serviços de outras empresas que utilizam essa funcionalidade", finaliza. 

Para Santos, será necessária a colaboração dos provedores de internet para que possam identificar e bloquear esse tráfego no novo contexto que o X está inserido.

"No entanto, isso não impede que a empresa realize novas mudanças, contrate outro serviço de proxy reverso, dificultando o bloqueio efetivo", disse.

De acordo com a agência de notícias Reuters, uma fonte do Supremo Tribunal Federal afirmou que o bloqueio da rede social se mantém em vigor e que o STF está checando a informação sobre o acesso ao X por parte de alguns usuários.

A Anatel, agência reguladora das telecomunicações, informou que está investigando a situação, mas ainda não há uma posição oficial sobre como proceder.

A rede de Musk foi bloqueada em 30 de agosto após descumprir uma série de ordens judiciais e se negar a indicar um representante legal no país. 

Testes

Em um teste realizado pelo Byte nesta manhã, a rede permanecia fora do ar. No entanto, por volta das 15h30, o site via web funcionava normalmente. A timeline está movimentada com usuários eufóricos pela volta, mesmo que parcial, do Twitter.

Nos assuntos mais comentados na rede estão o nome do ministro Alexandre de Moraes, Liberdade Cantou e outros.

A volta da rede social não acontece para todos. Em diferente conexão realizada pela equipe do Byte, o site do X sequer carregou.

Twitter volta a funcionar para alguns usuário na tarde desta quarta-feira (18)
Twitter volta a funcionar para alguns usuário na tarde desta quarta-feira (18)
Foto: Byte

 

Fonte: Redação Byte
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