Espírito natalino: por que ficamos mais sentimentais perto do Natal

O final de ano pode trazer à tona muitas emoções e pensamentos reflexivos. Nesta época, as pessoas tendem a repensar relacionamentos, realizações pessoais, laços familiares e podem se sentir até mais generosas, motivadas e saudosas. Mas, por que, afinal, adotamos essa postura, por vezes chamada de “espírito natalino”? 

Um grupo de cientistas da Universidade de Copenhagen (Dinamarca) descobriu há alguns anos que o Natal é capaz de afetar áreas específicas do cérebro associadas à espiritualidade e ao compartilhamento de emoções.

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Em um estudo publicado na revista British Medical Journal, os cientistas analisaram ressonâncias magnéticas de dois grupos de pessoas. No primeiro, composto por oito homens e duas mulheres, as pessoas não eram afeitas à data, sendo de diferentes origens religiosas. Já no segundo, com a mesma composição de sexo, os participantes eram de origem cristã e diziam gostar da comemoração.

Os pesquisadores então mostraram 84 fotos aos voluntários, enquanto analisavam suas funções cérebrais por meio de scanners de ressonância magnética.

Ao serem expostos a diferentes imagens de figuras natalinas — como fotos de árvores, presentes e decorações — o grupo que gosta da data apresentou uma atividade diferenciada nos lóbulos parentais, área do cérebro associada à espiritualidade, e no córtex pré-motor frontal, que atua no compartilhamento e processamento de emoções humanas. 

Apesar de iniciais, segundo os próprios cientistas, os resultados nos ajudam a entender o porquê de o Natal ser uma data que desperta nas pessoas alguns sentimentos que ficaram adormecidos durante todo o ano.

Mais do que isso, a atividade cerebral dos participantes nos ajuda a entender como comportamentos podem ser moldados de acordo com a cultura e tradições de cada religição ou localidade. Afinal, segundo os pesquisadores, os resultados dos estudos podem também ser usados para outras festividades, como Páscoa e Hanukkah.