Estátuas de Aleijadinho: por que poeira de mineração é risco para elas
Poeira pode mudar características de para peças históricas do escultor em Congonhas (MG)
Uma das principais obras de Aleijadinho, as estátuas “Os Doze Profetas”, criados entre 1800 e 1805, estão sofrendo os desgastes causados pela mineração na região. As estátuas ficam no Santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos em Congonhas (MG).
O pó da mineração — além de prejudicar a qualidade do ar, afetando moradores e o meio ambiente — pode estar causando o desgaste das peças do escultor, que estão sendo corroídas.
Em reportagem veiculada pelo canal de notícias GloboNews, especialistas abordaram as consequências para da poeira nas peças históricas.
A perda das características originais, a degradação devido à ferrugem e os riscos à pedra sabão são algumas das consequências que as esculturas sofrem.
"Essas obras hoje estão perdendo as suas características originais, degradando por causa da poeira que além de atacar fisicamente, quimicamente a estrutura da pedra sabão, provoca inúmeros males à saúde das pessoas aqui em Congonhas”, disse à GloboNews o professor do Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG), Daniel Neri.
O que diz a mineradora
Em nota enviada ao Byte, a CSN Mineração afirma que possuem "um rígido controle para mitigar eventual emissão de poeira, decorrendo inclusive dos efeitos sinérgicos relacionados à presença de outras mineradoras da região".
Sobre a questão da conservação dos profetas, a mineradora diz que "refuta qualquer impacto das nossas operações sobre estas".
"Cabe destacar que são esculturas históricas expostas à ação do tempo, agentes biológicos, como fungos e líquens, que sem a devida conservação podem sofrer um desgaste natural. Cabe ao poder publico a preservação desses bens".
"A CSN Mineração, inclusive, investiu R$ 4,5 milhões na construção do Museu de Congonhas, que tem como objetivo preservar a história da cidade, incluindo as obras de arte de Aleijadinho", incluiu.