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Estes homens e mulheres têm beleza "ideal", diz inteligência artificial

Os tipos de corpo masculino e feminino definidos são musculosos, magros e brancos, seguindo estereótipos de beleza disseminados há anos

17 mai 2023 - 14h18
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Inteligência artificial criou homem e mulher "ideais"
Inteligência artificial criou homem e mulher "ideais"
Foto: The Bulimia Project/Reprodução/Instagram/@ladbible

O Bulimia Project, um grupo de conscientização sobre transtornos alimentares, solicitou a plataformas de inteligência artificial que gerassem representações de corpos masculinos e femininos "ideais", de acordo com o que recebe maior engajamento nas redes sociais.

O resultado não é exatamente surpreendente, pois repetem estereótipos de beleza disseminados há muitos anos pelo mundo. As imagens produzidas pelo computador retratam predominantemente pessoas caucasianas e magras.

Os pesquisadores descobriram que as mulheres consideradas mais desejáveis tinham cabelos loiros, eram brancas, com a pele bronzeada, olhos castanhos e corpos esbeltos.

Enquanto isso, o homem "ideal" apresentava olhos escuros, abdômen definido e traços marcantes no rosto dignos de uma harmonização facial. São poucas imagens de pessoas que não são brancas e, no quesito corporal, a magreza é regra absoluta.

Para IA, magreza predomina em "ideal" de corpo
Para IA, magreza predomina em "ideal" de corpo
Foto: The Bulimia Project

Foram utilizados os geradores Dall-E 2, Stable Diffusion e Midjourney para realizar os testes.

"Na era dos filtros do Instagram e do Snapchat, ninguém pode alcançar razoavelmente os padrões físicos estabelecidos pelas redes sociais", diz o relatório da instituição.

"Então, por que tentar encontrar ideais irrealistas? É mentalmente e fisicamente mais saudável manter as expectativas de imagem corporal diretamente no reino da realidade".

Por que a IA fez isso?

Ferramentas de inteligência artificial replicam padrões encontrados em enormes bases de dados que são, por sua vez, criados por humanos. Assim, é comum que sistemas do tipo reproduzam comportamentos típicos da sociedade — entre eles, padrões de beleza problemáticos e até preconceito racial

Em fevereiro, noticiamos que um homem negro dos EUA ficou preso durante nove dias por conta de um sistema de reconhecimento facial que o confundiu com um homem que atacou um motorista de ônibus, em Baltimore, e roubou seu smartphone. O caso ocorreu em 2022, mas não havia sido divulgado anteriormente. 

As autoridades da Louisiana, nos EUA, prenderam injustamente em novembro do ano passado um homem negro da Geórgia em um mandado de fuga. Randall Reid, 28 anos, foi preso no condado de DeKalb. Segundo seu advogado, Tommy Calogero, a polícia local atrelou erroneamente Reid a roubos de bolsas nos bairros Jefferson Parish e Baton Rouge. Reid foi solto em 1º de dezembro. 

Outras polêmicas das inteligências artificiais

Em 2016, a Microsoft se envolveu em uma polêmica ao lançar um sistema de IA que, poucas horas após começar a interagir com usuários, adotou comportamentos inesperados.

O perfil foi suspenso pela própria companhia após o bot afirmar ter se tornado admiradora do ditador nazista Adolf Hitler e “viciada” em sexo.

As empresas desenvolvedoras de tecnologias que usam IA têm se preocupado cada vez mais em corrigir vieses de algoritmos que causam expressões do tipo, mas, ao que tudo indica, o caminho ainda é longo. 

Recentemente, o bilionário Elon Musk disse que planeja criar a sua própria inteligência artificial "isentona". Segundo ele, em contraponto aos chatbots mais populares, como o ChatGPT, o TruthGPT de Musk atuará como uma "IA máxima em busca de verdade".

Fonte: Redação Byte
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