Estes são os fungos mais perigosos do mundo, segundo a OMS
Infecções causadas pelos patógenos muitas vezes sequer são identificadas, e quando são, podem ser resistentes a medicamentos do mercado
A Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou um ranking de fungos que mais ameaçam a saúde humana, visando chamar atenção para este grupo de patógenos que, em sua visão, tem sido amplamente ignorado por autoridades de saúde.
Segundo o órgão de saúde, esses fungos podem se tornar cada vez mais difundidos e resistentes a tratamentos.
Existem apenas quatro classes de medicamentos que tratam infecções fúngicas, e muitos poucos novos em preparação — alguns deles são tão tóxicos que alguns pacientes não podem tomá-los com segurança.
A agência listou 19 doenças fúngicas invasivas, sendo quatro delas descritas como “prioridade crítica”, que matam mais de 1 milhão de pessoas e contribuem para a morte de outras cinco milhões a cada ano.
Entre os fungos classificados como de prioridade crítica pela entidade, estão o Candida albicans, causador de candidíase oral e vaginal; e o Candida auris, também chamado de “superfungo” por seu potencial mortal.
Muitas das mortes ocorrem em pessoas que lutam contra outras doenças como câncer, tuberculose ou com HIV, o que acaba, inclusive, dificultando o diagnóstico preciso.
“A conclusão é que as infecções fúngicas invasivas estão se tornando mais prevalentes, mas frequentemente não são reconhecidas nos pacientes e não são tratadas corretamente”, disse Carmem L. Pessoa-Silva, uma autoridade da OMS focada na vigilância e controle de doenças, em uma entrevista coletiva na terça-feira (25).
A especialista afirmou que provavelmente não temos dimensão do tamanho real do problema. Segundo a OMS, mudanças climáticas e a pandemia do coronavírus são fatores que ajudam a impulsionar o avanço dos patógenos.
Taxas crescentes de resistência a remédios por parte do Aspergillus fumigatus, um mofo comum que pode ser fatal aos imunodeprimidos, estão ligadas ao uso extensivo de fungicidas em culturas comerciais como uvas, milho e algodão.
Na Índia, a mucormicose, também conhecido como “fungo negro”, apareceu em milhares de pacientes de covid-19, alguns dos quais acabaram precisando de cirurgias faciais desfigurantes para remover as infecções.
As autoridades dizem que o número de mortes por infecções do tipo é provavelmente muito maior do que o registrado, já que muitos estabelecimentos em países de baixa renda não têm ferramentas adequadas para o diagnóstico correto.