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Estresse contribui para propagação do câncer, diz estudo

Descoberta pode apontar para novas estratégias de tratamento que impeçam a propagação de tumores antes de começar

26 fev 2024 - 13h46
(atualizado em 27/2/2024 às 10h57)
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Resumo
Uma pesquisa realizada por cientistas nos EUA descobriu que o estresse faz com que glóbulos brancos formem estruturas pegajosas que podem tornar o corpo mais suscetível à metástase do câncer. Essa descoberta pode levar ao desenvolvimento de novas estratégias de tratamento.
 Cientistas descobrem relação entre o estresse e a propagação do câncer
Cientistas descobrem relação entre o estresse e a propagação do câncer
Foto: iStock

Já é de conhecimento que o estresse prolongado aumenta o risco de desenvolver doenças cardíacas e sofrer derrames. Agora, cientistas estão empenhados em estudar a relação entre o estresse e a propagação do câncer

Pesquisadores Xue-Yan He, ex-pós-doutorado no laboratório da professora Mikala Egeblad do Cold Spring Harbor Laboratory (CSHL), nos Estados Unidos, podem ter alcançado um avanço na compreensão da relação do estresse com a doença que atinge milhões de pessoas todos os anos. Os resultados foram publicados na revista científica Cancer Cell.

Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), são esperados 704 mil casos novos de câncer no Brasil para cada ano do triênio 2023-2025, com destaque para as regiões Sul e Sudeste, que concentram cerca de 70% da incidência.

Pesquisa

A equipe de pesquisa descobriu que o estresse faz com que determinados glóbulos brancos, chamados neutrófilos, formem estruturas pegajosas semelhantes a teias que tornam os tecidos do corpo mais suscetíveis à metástase. 

A descoberta pode apontar para novas estratégias de tratamento que impeçam a propagação do câncer antes de este começar.

“O estresse é algo que realmente não podemos evitar em pacientes com câncer. Você pode imaginar que se for diagnosticado, você não consegue parar de pensar na doença, no seguro ou na família. Portanto, é muito importante entender como o estresse funciona sobre nós”, disse Xue-Yan He em um comunicado à imprensa.

Estudo em ratos

Com a estratégia de metástase induzida por estresse em ratos, a equipe imitou o estresse crônico em ratos com câncer.

Primeiro, foram removidos tumores que cresciam nos seios dos ratos e espalhavam células cancerosas para os pulmões. Em seguida, eles expuseram os ratos ao estresse. 

A equipe descobriu que os hormônios do estresse, chamados glicocorticóides, atuavam sobre os neutrófilos.

Esses neutrófilos “estressados” formaram estruturas semelhantes a teias de aranha chamadas NETs (armadilhas extracelulares de neutrófilos). 

Os NETs se formam quando os neutrófilos expelem DNA. Normalmente, eles podem nos defender contra microorganismos invasores. No entanto, no câncer, os NETs criam um ambiente favorável às metástases.

“Foi visto um aumento assustador de lesões metastáticas nesses animais. Houve um aumento de até quatro vezes nas metástases”, disse Mikala Egeblad.

Para Van Aelst, a implicação é clara. “A redução do estresse deve ser um componente do tratamento e prevenção do câncer”, diz ela.

Agora, a equipe investiga quais medicamentos que previnam a formação de NETs poderiam beneficiar pacientes cujo câncer ainda não tenha metástase. Esses novos tratamentos poderão retardar ou impedir a propagação de tumores. 

Fonte: Redação Byte
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