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Estudo acha dois tipos de humanos pré-históricos no Reino Unido

Populações teriam migrado com mais de 2 mil anos de diferença, cultivavam diferentes tradições e se alimentavam de formas diferentes

26 out 2022 - 11h26
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Restos de esqueleto humano encontrados na Caverna de Kendrick
Restos de esqueleto humano encontrados na Caverna de Kendrick
Foto: Divulgação / Trustees of the Natural History Museum

Um novo estudo revelou que ao menos dois grupos da espécie humana, com origens e culturas distintas, dividem o palco no capítulo mais antigo da histórica genética da Grã-Bretanha.

A pesquisa do Instituto de Arqueologia da UCL, do Museu de História Natural de Londres e do Instituto Francis Crick, e publicada na revista Nature Ecology and Evolution, mostra que esses grupos migraram para a Grã-Bretanha no final da última era glacial.

Os pesquisadores analisaram o DNA de um indivíduo encontrado na Caverna de Gough, em Somerset, e outro humano localizado na caverna de Kendrick, em North Wales, ambos datados de mais de 13,5 mil anos atrás.

A partir de uma datação e análise por radiocarbono, além de um sequenciamento genético, os pesquisadores descobriram que o DNA do indivíduo da Caverna de Gough, que morreu há cerca de 15 mil anos, provavelmente tinha ancestrais advindos de uma migração inicial para o noroeste da Europa há cerca de 16 mil anos.

Já o indivíduo da Caverna de Kendrick é de um período posterior, de cerca de 13.500 anos atrás, com sua ascendência de um grupo ocidental de caçadores e coletores. Seus ancestrais provavelmente migraram do Oriente Próximo há cerca de 14 mil anos.

"Encontrar os dois ancestrais tão próximos no tempo na Grã-Bretanha, com apenas um milênio de diferença, está aumentando a imagem emergente da Europa paleolítica, que é de uma mudança e população dinâmica", diz Mateja Hajdinjak, do Francis Crick Institute.

Ambas as migrações ocorreram após a última era glacial, quando cerca de dois terços da Grã-Bretanha estavam cobertos por geleiras.

Com o aquecimento do clima e derretimento das camadas de gelo, populações humanas começaram a voltar para o norte da Europa.

Além do DNA, grupos eram culturalmente diferentes

Os pesquisadores conseguiram mapear diferenças culturais que distinguiam os dois grupos analisados, como o que comiam e como enterravam seus mortos.

Análises químicas dos ossos mostraram que os indivíduos da Caverna de Kendrick comeram muitos alimentos marinhos e de água doce, incluindo grandes mamíferos marinhos.

Já os humanos da caverna de Gough tinham uma dieta baseada em herbívoros terrestres, como veados-vermelhos, bovídeos e cavalos.

Na hora de enterrar os entes falecidos, as práticas dos grupos também eram distintas.

Na Caverna de Kendrick, ossos de animais que provavelmente cumpriam papel de itens de arte foram encontrados, como uma mandíbula de cavalo decorada. Não foram encontrados ossos de animais com evidências de terem sido comidos por humanos, o que faz com que cientistas acreditem que a caverna teria sido usada como um local de sepultamento.

Já na Caverna de Gough foram encontrados ossos com uma modificação humana significativa, incluindo crânios humanos, o que os pesquisadores acreditam ser evidência de canibalismo ritualístico.

Fonte: Redação Byte
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