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Estudo acusa fabricantes chinesas de usarem dados sem autorização

Pesquisa acusou Xiaomi, OnePlus e realme de coletar e usar informações dos usuários sem autorização, a partir de apps padrões

14 fev 2023 - 20h20
(atualizado em 15/2/2023 às 09h20)
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Um estudo conduzido por duas universidades do Reino Unido apontou severo uso de dados sem autorização dos usuários em alguns dos principais smartphones de marcas chinesas do mercado atual. A pesquisa analisou o fluxo de dados coletado, analisado e transmitido aos servidores do principal trio de nomes do setor, Oppo realme, Xiaomi e OnePlus, encontrando resultados considerados preocupantes do ponto de vista da privacidade.

Ao analisar esse aspecto, os pesquisadores Haoyu Liu e Paul Patras, da Universidade de Edinburgo, e Douglas Leith, do Trinity College Dublin, descobriram que informações que podem identificar os usuários pessoalmente são enviadas não só a servidores das próprias fabricantes, mas também a terceiros. Isso inclui fornecedoras de serviços de busca e recursos online, como o Baidu, e operadoras de telefonia chinesas, mesmo quando o usuário não é cliente da empresa em si.

De acordo com a pesquisa, esse compartilhamento de informações é feito mesmo sem nenhum cartão SIM inserido no celular. Entre os dados compartilhados estão localização, números de telefone, chamadas realizadas, mensagens SMS, padrões de utilização de aplicações e, claro, detalhes do próprio dispositivo, como IMEI e endereço MAC.

Em alguns casos, bastou abrir certas aplicações, como as configurações ou o gravador de voz de um aparelho da Xiaomi, para que as informações começassem a ser compartilhadas. Em todos os aparelhos, os pesquisadores também detectaram de três a quatro vezes mais apps padrões pré-instalados nos smartphones em relação a modelos das principais fabricantes globais, com de oito a 10 mais pedidos de permissão na mesma comparação.

Foto: Xiaomi / Canaltech

O estudo aponta parâmetros idênticos para a análise, que o grupo considerou compatíveis com um usuário preocupado com a própria privacidade. O time responsável não instalou outros softwares no celular e negou permissões relacionadas a análise de telemetria e personalização, utilizando os aparelhos sem criar contas junto às fabricantes, aderir a serviços de armazenamento na nuvem ou recursos de terceiros. Ainda assim, indicaram os resultados, houve ampla coleta de informações que poderiam identificar os donos dos smartphones pessoalmente.

A pesquisa levanta preocupações, principalmente, quanto ao uso dos dispositivos para rastreamento mesmo fora do país. Na China, por exemplo, os números de celular são associados à identificação pessoal de cada cidadão, o que permitiria seu acompanhamento mesmo fora das fronteiras, enquanto nações autoritárias poderiam usar tais recursos para acompanhar dissidentes e críticos internacionais.

Os resultados são citados como preocupantes, também, em relação a leis do Reino Unido relacionadas à proteção de dados, que não estariam sido cumpridas pelas marcas em suas dinâmicas de compartilhamento de dados. A pesquisa vai além, apontando que, como um dos maiores mercados do sistema operacional Android, o setor de fabricantes chinesas deveria investir mais em salvaguardas à privacidade dos usuários internacionais de seus aparelhos.

O que diz cada empresa?

Em contato com o Canaltech, a Realme negou coletar ou usar informações dos usuários sem consentimento. A empresa também disse valorizar a segurança e privacidade dos donos de aparelhos, apontando que segue à risca as legislações de proteção de dados nos países em que atua.

"A realme valoriza fortemente a segurança e a privacidade dos usuários. Nós não coletamos ou usamos informações dos usuários sem consentimento. A realme vem operando em mais de 60 mercados e cumpre à risca as leis e regulações locais."

A Oppo, que fabrica os aparelhos da marca OnePlus, também emitiu pronunciamento parecido, apontando o cumprimento de normas de proteção de dados em mais de 60 países e negando mau uso de dados dos donos de seus smartphones. A companhia também disse ter comitês e adotar processos de controle para a adoção de boas práticas e proteção das informações, confira a íntegra:

"A OPPO valoriza e prioriza a privacidade e a segurança de usuários. Não coletamos ou usamos as informações de usuários sem consentimento. A OPPO já opera em mais de 60 países e regiões em conformidade com leis e regulamentos locais. A OPPO cumpre as leis, regulamentos e normas internacionais aplicáveis para a proteção de dados.

Também aderimos às agências reguladoras, às exigências dos clientes e às melhores práticas da indústria nos países/regiões onde operamos. Temos implementado comitês, políticas e processos de controle para proteger a privacidade dos dados."

A Xiaomi também foi contactada, mas não havia respondido até a publicação desta reportagem.

Fonte: Universidades de Edinburgo e Trinity College Dublin (Arxiv)

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