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Estudo descobre curioso pico de atividade cerebral no momento da morte

Cientistas avaliaram 4 pacientes durante desligamento de aparelhos de suporte à vida e descobriram atividade cerebral relacionada à consciência na hora da morte

2 mai 2023 - 19h30
(atualizado em 3/5/2023 às 00h24)
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Cientistas do departamento de neurologia da Universidade de Michigan investigaram a atividade cerebral de pacientes no momento da morte e descobriram um aumento em vários indicadores de consciência mesmo naqueles que já estavam em coma. Embora nem todos os participantes do estudo tenham demonstrado os mesmo níveis, a descoberta já abre possibilidades e espaço para entender melhor o momento da morte no cérebro humano.

Experiências de quase morte já permeiam a cultura popular, com histórias de pessoas que viram ou ouviram entes queridos já falecidos, observaram luzes e outras alucinações. Essas são algumas das coisas que a pesquisa sugere serem efeito da atividade cerebral no momento da morte — uma tentativa de unir e explicar tais eventos sob o mesmo fenômeno, um vislumbre de consciência que, quem sabe, não suma mesmo após o coração parar de bater.

Foto: Gerd Altmann/Pixabay / Canaltech

Humanos, animais e atividades cerebrais

Jimo Borjigin, professora associada de fisiologia integrativa e molecular e neurologia na Universidade de Michigan, já havia pesquisado o assunto com sua equipe há quase 10 anos, mas em animais. À época, foram identificados sinais similares de ativação gama no cérebro tanto dos bichos no momento da morte quanto nos humanos, ou seja, no momento da perda de oxigênio no órgão seguido de uma parada cardíaca.

A ciência tem se intrigado com o surgimento de experiências vívidas no cérebro moribundo e disfuncional há muito tempo — é um paradoxo neurocientífico, algo que não faz muito sentido à primeira vista. Para investigar de perto, a equipe identificou 4 pacientes que faleceram durante uma parada cardíaca enquanto eram monitorados por eletroencefalograma e estavam em estado de coma, sem responder a estímulos.

Sem chances de serem salvos pela medicina atual, as famílias dos pacientes haviam dado a autorização para desligar os aparelhos. Quando a ventilação mecânica foi desligada, 2 dos pacientes mostraram um aumento no ritmo dos batimentos cardíacos e um pico de atividade cerebral gama, considerada a mais rápida do órgão e associada à consciência.

A "zona quente" neural relacionada à consciência também mostrou atividade — ela fica na junção entre os lobos temporal, parietal e occipital, no fundo do cérebro. A região é relacionada aos sonhos, alucinações visuais epiléticas e estados alterados de consciência.

Os mesmos 2 pacientes tiveram relatos de convulsões anteriormente, mas nenhuma ocorreu na hora anterior à morte. O problema é que os outros 2 pacientes do estudo não mostraram o mesmo aumento nos batimentos cardíacos após a retirada do suporte de vida, bem como seus cérebros também não mostraram atividades diferenciadas.

Problemas do estudo

Como a amostragem da pesquisa é bastante reduzida, seus autores pedem cautela na hora de tirar conclusões baseadas nos resultados, não generalizando os fatos apontados para qualquer paciente no momento da morte. Os pesquisadores também lembram que é impossível saber como foi a experiência dos sujeitos envolvidos no estudo, já que não sobreviveram para dar seus relatos.

Ainda segundo os cientistas, não é possível fazer correlações entre as assinaturas neurais de consciência com experiências correspondentes nos mesmos pacientes do estudo, ou seja, não há como garantir que os pacientes que tiveram atividade cerebral diferenciada passaram pelos mesmos eventos de consciência.

Mesmo assim, a pesquisa começa a pavimentar um caminho para o entendimento das atividades cerebrais "escusas" do momento da morte. Estudos maiores, monitorando pacientes via eletroencefalograma que sobrevivam a paradas cardíacas, pode ser uma boa fonte de dados para descobrir se os aumentos na atividade gama são mesmo evidência de experiências conscientes escondidas, até agora, da ciência.

Fonte: Neuroscience

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