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Estudo descobre que egípcios não usavam mumificação para preservar corpos

Preservação seria consequência de processo de purificação espiritual dos falecidos

23 nov 2022 - 14h07
(atualizado às 15h42)
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Exposição do Museu de Manchester analisa razões para a mumificação
Exposição do Museu de Manchester analisa razões para a mumificação
Foto: Narciso Arellano / Unsplash

Uma nova exposição no Museu de Manchester, na Inglaterra, mostrará que ao contrário do que se pensa, os egípcios não tinham a intenção de preservar o corpo de seus entes falecidos por meio do processo de mumificação. Em vez disso, o rito era uma maneira de preparar a passagem dos mortos para o mundo espiritual.

Segundo pesquisadores envolvidos no projeto, o mal-entendido envolvendo a razão das mumificações começou quando pesquisadores do século 19 erroneamente associaram a conservação dos corpos à conservação de peixes. O raciocínio tinha como base um elemento abundante em ambos os processos: o sal.

"A ideia era preservar o peixe para comer no futuro", disse Campbell Price, curador do museu do Egito e do Sudão, ao site Live Science. “Então, eles presumiram que o que estava sendo feito no corpo humano era o mesmo que o tratamento para os peixes”.

Os pesquisadores atuais explicam que a substância salina não era exatamente a mesma nas duas situações. Nas mumificações, usava-se o natrão — mistura de carbonato de sódio, bicarbonato de sódio, cloreto de sódio e sulfato de sódio — abundante nos leitos perto do rio Nilo.

O mesmo mineral também era utilizado em rituais de tempos e aplicados a estátuas de deuses, o que dá a ele um sentido espiritual e de purificação.

O incenso, cujas substâncias são amplamente encontradas em múmias, também dá esse sentido ao processo. No Egito antigo, a palavra remete a “tornar divino”.

"Quando você está queimando incenso em um templo, isso é apropriado porque é a casa de um deus e torna o espaço divino. Mas então, quando você está usando resinas de incenso no corpo, você está tornando o corpo divino e um ser divino”, diz o cientista.

Price explica que tudo indica que os processos envolvidos na mumificação tem mais a ver com a ideia de purificar e tornar o corpo sagrado do que garantir a sua preservação em si.

Segundo ele, isso na verdade tem um significado um pouco mais profundo. "É basicamente transformar o corpo em uma estátua divina porque a pessoa morta foi transformada."

A exposição Golden Mummies of Egypt estará em exibição no Museu de Manchester a partir de 18 de fevereiro de 2023. O museu também publicou um livro o escrito por Price para acompanhar a próxima exposição.

Fonte: Redação Byte
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