Estudo inédito revela riscos de medicamentos inapropriados para idosos
Uso de "PIMs" pode agravar o quadro clínico dos pacientes e elevar os custos para o sistema de saúde
O Hospital Sírio-Libanês divulgou um estudo sobre os riscos dos medicamentos inapropriados para idosos, destacando a necessidade de cuidados específicos.
O Hospital Sírio-Libanês divulgou um estudo inédito que alerta sobre os riscos dos medicamentos potencialmente inapropriados (PIMs) para pacientes idosos. Diante do envelhecimento crescente da população brasileira – com um aumento de 39,8% no número de pessoas acima de 65 anos entre 2012 e 2021, conforme o Censo 2022 – a pesquisa destaca a necessidade urgente de ajustes nos cuidados com essa faixa etária.
“Os idosos têm necessidades específicas que exigem um olhar diferenciado", afirmou em comunicado Pedro Curiati, geriatra do Núcleo de Medicina Avançada do Sírio-Libanês e responsável pelo estudo.
Segundo o médico, o uso de PIMs pode agravar o quadro clínico dos pacientes e elevar os custos para o sistema de saúde.
Estudo
A pesquisa avaliou 15 mil internações de pessoas com 60 anos ou mais, utilizando um sistema de suporte à decisão clínica integrado ao prontuário eletrônico dos pacientes. Esse sistema, baseado em inteligência artificial, gera alertas sobre a segurança e o uso correto de medicamentos.
Os resultados foram contundentes: 71,8% dos pacientes apresentaram ao menos um alerta relacionado ao uso de PIMs.
De acordo com Curiati, o objetivo principal do estudo foi identificar se os alertas gerados pelo sistema indicavam corretamente pacientes com maior risco e como isso afetava suas evoluções clínicas.
“Pacientes cujas prescrições acionaram esses alertas tendem a ter internações mais longas, maior número de complicações e eventos adversos, como quedas, confusão mental e até morte", explicou o médico.
O estudo reforça a importância de modernizar e adaptar os sistemas de saúde para lidar com o envelhecimento populacional. “Os idosos são mais propensos a ter várias doenças simultâneas e a fazer uso de muitos medicamentos, o que aumenta sua vulnerabilidade a eventos adversos”, ressaltou Curiati.