Estudo revela alto risco de emergências médicas em futuras missões lunares
Condições mais prováveis incluem fraturas de pulso, ferimentos oculares e complicações relacionadas a mudanças na pressão atmosférica
Uma em cada três missões à Lua pode exigir evacuação médica para astronautas, representando um desafio para agências espaciais.
Uma nova análise revela que uma em cada três missões à Lua pode exigir a evacuação médica de um astronauta de volta à Terra, o que representa um desafio significativo para as agências espaciais.
Embora a Nasa e outras organizações tenham adotado rigorosos critérios de seleção de astronautas para minimizar riscos à saúde, a complexidade das futuras missões espaciais, que incluem viagens mais longas, pode aumentar as chances de emergências médicas.
Testes
A equipe de pesquisa, liderada por Arian Anderson, da Universidade do Colorado, utilizou um modelo desenvolvido pela Nasa chamado IMPACT (Informing Mission Planning through Analysis of Complex Tradespaces) para avaliar os riscos associados a uma missão de nove meses à Lua com quatro tripulantes.
Os resultados indicam uma probabilidade de 32% de que um problema médico que necessite evacuação ocorra durante a missão. As condições mais prováveis incluem fraturas de pulso, ferimentos oculares e complicações relacionadas a mudanças na pressão atmosférica, semelhantes às que os mergulhadores enfrentam. Esses problemas requerem tratamento rápido, além das capacidades dos atuais sistemas médicos de bordo.
O resultado da pesquisa surpreendeu, já que, historicamente, a Nasa nunca precisou realizar evacuações médicas durante suas missões. A única emergência médica no espaço ocorreu durante o programa soviético, envolvendo três astronautas.
Resgate bilionário
Embora a evacuação da órbita baixa da Terra seja relativamente simples, uma emergência na Lua ou em Marte pode levar meses e custar bilhões de dólares. Portanto, preparar as missões para lidar com os problemas de saúde identificados é essencial, seja por meio de treinamento médico mais abrangente para os astronautas ou pela melhoria dos equipamentos médicos.
“Cada decisão sobre o que incluir em uma missão é uma questão de risco. Precisamos equilibrar essas escolhas, considerando o que é mais importante, como um desfibrilador ou mais combustível”, disse Erik Antonsen, do Massachusetts General Hospital, em entrevista ao New Scientist.
O modelo IMPACT permitirá que as agências espaciais tomem decisões informadas ao planejar missões futuras.