Estudo revela como eram as penas dos dinossauros
Descoberta mostra detalhes sobre a composição das penas dos dinossauros; estruturas são parecidas com as encontradas nas aves atuais
O que os pássaros e os dinossauros têm em comum? As penas! Pelo menos é o que mostra um novo estudo sobre a composição da penugem dos dinossauros. Até então, acreditava-se que tais partes desses antigos animais eram compostas principalmente de alfa-queratina, tornando-as muito menos rígidas do que as penas ricas em beta-queratina das aves modernas.
Mas não é bem isso que foi observado. Segundo um estudo publicado na revista Nature Ecology and Evolution, a composição proteica das penas de dinossauros era muito semelhante a das aves de hoje.
Tecnologia de hoje para revelar o passado
Cientistas da University College Cork, da Linyi University e da Stanford Synchrotron Radiation Light Source descobriram, nesse estudo, que a composição das penas das aves atuais pode ter surgido muito antes do que se pensava.
A pesquisa utilizou tecnologia de raios-X e luz infravermelha para analisar penas fósseis de 125 milhões de anos do Sinornithosaurus, um dinossauro emplumado, e do Confuciusornis, um pássaro primitivo.
Os resultados mostraram que, embora as penas antigas contivessem alfa-queratina, essa substância provavelmente não estava lá originalmente. Em vez disso, foi formada pela degradação da beta-queratina em função das altas temperaturas durante o processo de fossilização.
Darwin contra a ação do tempo
O que antes era entendido como um processo evolutivo, hoje foi mostrado que a ação do tempo acabou alterando a composição encontrada nos fósseis de penas de dinossauros e pássaros primitivos.
“Alguns fósseis de penas preservam vestígios das proteínas beta originais, outros foram alterados pelo tempo e acabaram criando uma narrativa falsa sobre a evolução das penas", explica Tiffany Slater, principal autora do estudo. Além disso, a presença de alguns traços de beta-queratina ajuda a resolver a questão sobre a preservação das proteínas por longos períodos de tempo.
Essas descobertas não apenas redefinem nosso entendimento da evolução das penas, mas também têm implicações significativas para a paleontologia como um todo.
“Desenvolvemos novas ferramentas para entender o que acontece durante a fossilização para desvendar os segredos químicos dos fósseis. Isso nos dará novos insights interessantes sobre a evolução de tecidos e suas biomoléculas”, comenta Maria McNamara, autora sênior do estudo.