Estudo revela relações familiares e sacrifícios em tumbas no Peru
Cientistas encontraram novas práticas rituais e a importância do parentesco na elite Moche, com sacrifícios humanos
Equipe de cientistas descobriu pistas sobre sociedade Moche no Peru após análise de tumba de 1.500 anos.
Uma equipe de cientísticas descobriu outras pistas sobre a complexa sociedade Moche, no Peru, após análise uma tumba de 1.500 anos no templo Huaca Cao Viejo, no Peru. A pesquisa foi publicada na revisa científica Proceedings of the National Academy of Sciences.
O estudo dentificou relações familiares entre os sepultados, incluindo a famosa Señora de Cao, uma das líderes Moche, e indivíduos intimamente relacionados a ela, como irmãos, sobrinhas e filhos.
Esse achado é o primeiro a confirmar o papel central do parentesco nas práticas funerárias e políticas da elite Moche, destacando a importância da família na manutenção do status e do poder.
Pesquisa
Usando métodos genômicos e isotópicos, os cientistas reconstruíram uma árvore genealógica abrangendo pelo menos quatro gerações, revelando que todos os seis indivíduos sepultados juntos eram biologicamente relacionados.
As descobertas mostraram o sacrifício de jovens próximos à Señora de Cao, o que sugere um tipo de ritual nunca documentado antes.
Esses jovens foram sacrificados e enterrados junto aos parentes, ressaltando a importância do sacrifício humano no fortalecimento dos laços familiares e na conexão com os ancestrais e o divino.
A análise isotópica também indicou que os jovens sacrificados tinham dietas e origens geográficas diferentes dos outros sepultados, o que sugere que esses rituais poderiam envolver indivíduos de fora da região local.
Este estudo fornece insights valiosos sobre a organização social Moche, mostrando como o parentesco era essencial não apenas nas práticas políticas, mas também nos rituais religiosos, reforçando a ligação entre as elites, seus ancestrais e o poder divino.