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Estudos mostram que principais rios europeus estão tomados por microplásticos

Os microplásticos invadiram os rios europeus, de acordo com 14 estudos publicados simultaneamente na revista Environmental Science and Pollution Research, divulgados neste domingo (6).

7 abr 2025 - 07h39
(atualizado às 16h39)
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Os microplásticos invadiram os rios europeus, de acordo com 14 estudos publicados simultaneamente na revista Environmental Science and Pollution Research, divulgados neste domingo (6). 

O rio Sena, em Paris, também foi analisado pelos cientistas.
O rio Sena, em Paris, também foi analisado pelos cientistas.
Foto: AFP - ERIC FEFERBERG / Deutsche Welle

"A poluição está em todos os rios europeus" estudados, diz Jean-François Ghiglione, diretor de pesquisa do CNRS, o centro nacional francês de pesquisa científica, que coordenou os estudos feitos em 2019 em nove grandes rios europeus. A operação envolveu 40 químicos, biólogos e físicos de 19 laboratórios, além de estudantes de doutorado e pós-doutorandos, com o apoio da Tara Ocean Foundation. 

Os cientistas percorreram noves rios em diferentes países, como Alemanha, França, Itália, Inglaterra e Espanha. Entre eles, o Elba, Ebro, Loire, Ródano, Reno, Sena, Tâmisa e o Tibre, onde obtiveram e analisaram amostras em toda a extensão, da foz até o desemboque nas cidades.

"Os microplásticos são menores que um grão de arroz", explica Alexandra Ter Halle, cientista do CNRS em Toulouse, no sul da França, que realizou as análises. As partículas do material, lembra, têm menos de 5 milímetros e as menores são invisíveis a olho nu.

Elas podem ser fibras têxteis sintéticas de lavagem, ou que "voam" dos pneus dos carros ou das tampas de uma garrafa, por exemplo, quando elas são abertas. Segundo os cientistas, a poluição observada equivale, em média, a "três microplásticos por metro cúbico de água" nos rios estudados. 

O volume é preocupante, apesar de ser bem inferior aos 40 microplásticos por m³ detectados nos 10 rios mais poluídos do mundo: Rio Amarelo, Yangtzé, Mekong, Ganges, Nilo, Níger, Hindus, Amur, Pearl e Hai He. Eles irrigam os países que produzem mais plástico ou que processam mais resíduos. 

Mas, levando em consideração os volumes vendidos, "em Valence e no Ródano, temos um fluxo de 1.000 metros cúbicos por segundo, o que significa que temos 3.000 partículas de plástico a cada segundo", diz Jean-François Ghiglione. No Sena, em Paris, são 900 por segundo. 

Os cientistas detectaram uma "novidade" que os "surpreendeu", graças a um avanço nos métodos de análise desenvolvidos durante o estudo: "a massa de pequenos microplásticos, aqueles que não podemos ver a olho nu, é maior do que a daqueles que vemos", observa Ghiglione. 

No entanto, "grandes microplásticos flutuam e são retirados da superfície, enquanto os invisíveis se distribuem por todo o volume d'água e são ingeridos por muitos animais e organismos". 

"Poluição difusa"

Um dos estudos identificou uma bactéria virulenta em um microplástico no rio francês Loire, capaz de desencadear infecções em humanos. 

Os cientistas também obtiveram outro resultado inesperado: um quarto dos microplásticos descobertos nos rios não são de resíduos, mas de plásticos primários industriais. Esses grânulos, também conhecidos como "lágrimas de sereia", também são encontrados às vezes em praias infestadas após um acidente marítimo. 

Este resultado, obtido na França, foi estabelecido graças a uma operação científica participativa que envolve 350 classes de escolas francesas. Todos os anos, 15 mil alunos coletam amostras nas margens dos rios. 

Segundo os cientistas, era inútil estabelecer um ranking dos rios europeus mais poluídos: os números são geralmente "equivalentes" e os dados são insuficientes. O mesmo vale para o impacto das cidades. "O que vemos é poluição difusa e instalada" que "chega de todos os lugares" nos rios, diz o cientista.

"A coalizão científica internacional da qual fazemos parte (como parte das negociações internacionais da ONU sobre a redução da poluição plástica) está pedindo uma grande redução na produção do material, porque sabemos que a produção de plástico está completamente ligada à poluição", conclui. 

(Com informações da AFP)

Deutsche Welle A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas.
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