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Europa aposta em aplicativos mais eficientes de vigilância de pessoas contra coronavírus

4 jun 2020 - 12h54
(atualizado às 13h36)
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Os países europeus estão procurando uma segunda geração de aplicativos de monitoramento de pessoas para serem mais eficientes no que afirmam se tratar de trabalho para contenção de novas epidemias.

Mulher com máscara de proteção contra coronavírus checa celular em Pollina, Itália 
02/06/2020
REUTERS/Antonio Parrinello
Mulher com máscara de proteção contra coronavírus checa celular em Pollina, Itália 02/06/2020 REUTERS/Antonio Parrinello
Foto: Reuters

Os aplicativos mais recentes têm grandes vantagens sobre os anteriores, pois funcionam em iPhones e não dependem de bancos de dados centralizados que podem ajudar a comprometer a privacidade dos usuários vigiados por eles.

Suíça, Letônia e Itália optaram pelo sinal de curto alcance do padrão de comunicação sem fio bluetooth para seus aplicativos, baseado na tecnologia de Apple e Google e que registra as pessoas que estiveram próximas umas das outras.

Cerca de 30% dos smartphones na Europa utilizam o sistema operacional iOS, da Apple, com quase todo o resto usando o Android, do Google. Juntos, eles equipam 99% dos smartphones do mundo.

Dezenas de países lançaram ou planejam aplicativos de vigilância de pessoas sob o argumento de que isso permite o rastreamento de sua localização e informação mais rápida sobre uma possível exposição ao coronavírus. China, Coreia do Sul e Índia são os países que optaram pelas abordagens mais invasivas da privacidade das pessoas.

No entanto, os desenvolvedores do aplicativo Swiss-Covid esperam mostrar que ele pode contribuir para a estratégia mais ampla de "teste, rastreamento, isolamento e quarentena" da Suíça, sem mesmo saber, segundo eles, onde as pessoas tiveram algum contato.

O aplicativo suíço tem como objetivo complementar o rastreamento manual de contatos, com uma ligação telefônica de um rastreador e uma notificação do aplicativo, fornecendo dupla confirmação de que uma pessoa está em risco.

"Esperamos que haja uma forte sobreposição", disse Marcel Salathe, epidemiologista digital do Instituto Federal Suíço de Tecnologia em Lausanne.

Ainda existem falhas em potencial, pois o bluetooth não foi originalmente projetado para identificar distâncias com precisão. E, embora seja necessária a adoção em massa pelo público para que esses aplicativos funcionem, relativamente poucos idosos, que correm maior risco, têm smartphones.

SUPER DISSEMINAÇÃO

A primeira geração de aplicativos de vigilância surgiu em março, mas teve pouco impacto e gerou preocupações de privacidade, com a Austrália exigindo que as pessoas registrassem seu nome e número de telefone, algo que a Apple se recusou a dar suporte.

Embora o aplicativo australiano tenha sido baixado quase 6 milhões de vezes, relatos e declarações do governo no mês passado disseram que ele ajudou a rastrear apenas um único caso de covid-19.

O Covid-Warn-App da Alemanha, previsto para meados de junho, procura descartar esses riscos à privacidade desde o início.

"Não há compartilhamento de sintomas. Não há coleta de dados", disse Harald Lindlar, da Deutsche Telekom e que trabalha com a SAP no aplicativo.

Apple e Google disseram quando lançaram seu kit de ferramentas para aplicativos bluetooth no mês passado que autoridades de 23 países buscaram acesso a elas.

"As coisas podem mudar rapidamente no caso de uma nova epidemia e é aí que o aplicativo pode fornecer o suporte ideal", disse Michael Zettel, chefe da consultoria Accenture na Áustria, à Reuters.

"O aplicativo faz muito sentido - por exemplo, em igrejas, clubes e equipes esportivas. Ele pode ajudar rapidamente a conter eventos de super disseminação", acrescentou Zettel.

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