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Ex-CEO da Volkswagen se omitiu em escândalo de falsificação de emissões, diz juiz

11 set 2018 - 15h01
(atualizado às 16h29)
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O ex-presidente-executivo da Volkswagen, Martin Winterkorn, demorou a tomar medidas contra fraudes nos testes de emissões de poluentes que levaram a multas dos Estados Unidos, disse um juiz alemão nesta terça-feira.

Ex-presidente-executivo da Volkswagen, Martin Winterkorn, em Berlim, Alemanha
19/01/2017 REUTERS/Hannibal Hanschke
Ex-presidente-executivo da Volkswagen, Martin Winterkorn, em Berlim, Alemanha 19/01/2017 REUTERS/Hannibal Hanschke
Foto: Reuters

A questão de quem sabia o que e quando será vital para determinar o resultado da ação na qual investidores reivindicam, em tribunal na Alemanha, 9,2 bilhões de euros por perdas sofridas quando o escândalo se tornou público.

Separadamente, um grupo de defesa do consumidor disse que entrará com uma ação coletiva na quarta-feira contra a montadora por causa da manipulação do software de emissões, buscando indenização para até 2 milhões de donos de modelos a diesel afetados pela fraude.

Os queixosos no primeiro caso dizem que a Volkswagen falhou no dever de informá-los sobre o impacto financeiro do escândalo, que irrompeu quando a Agência de Proteção Ambiental dos EUA emitiu uma notificação de violação em 18 de setembro de 2015.

O juiz Christian Jaede disse que Winterkorn demorou a tomar medidas após uma reunião de diretoria, dois meses antes, ter discutido como lidar com os reguladores norte-americanos, que ameaçavam proibir a montadora devido a níveis excessivos de poluição. Os queixosos dizem que, a partir deste momento, Winterkorn estava ciente da fraude.

"Qualquer um que agisse de boa fé teria dado sequência a essa informação", disse Jaede no segundo dia de audiências sobre o caso no tribunal regional superior de Braunschweig. "Mas isso parece não ter acontecido."

Não ficou claro, o juiz acrescentou, por que a empresa não divulgou uma declaração depois de estabelecer que o software foi manipulado para burlar os testes de emissões de poluentes.

O juiz também disse que era razoável considerar que Winterkorn sabia sobre as fraudes muito antes.

Mas Thomas Liebscher, advogado da VW, disse ser injusto supor que o executivo soubesse como o software funcionava.

Winterkorn renunciou dias após o escândalo ser revelado. Ele disse a legisladores alemães no início de 2017 que não sabia de nada sobre a fraude antes da montadora admitir oficialmente a violação. Seu advogado não estava imediatamente disponível para comentar nesta terça-feira.

O homem de 71 anos enfrenta acusações criminais dos EUA por conspirar para encobrir o escândalo do "dieselgate". A VW também disse que pode pedir indenização dele.

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