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Extremistas e atores de filmes adultos pagaram por selo azul do Twitter

Quase 140 mil pessoas aderiram ao selo azul do Twitter em cinco dias; milhares são vinculados à extrema-direita

24 nov 2022 - 12h20
(atualizado às 12h21)
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Milhares de contas dos assinantes do Twitter Blue estavam vinculadas a perfis de extrema-direita
Milhares de contas dos assinantes do Twitter Blue estavam vinculadas a perfis de extrema-direita
Foto: Akshar Dave🌻 / Unsplash

Mais de 137 mil pessoas pagaram US$ 8 (cerca de R$ 43) pelo selo azul de verificado do Twitter entre os dias 10 e 15 de novembro, segundo o desenvolvedor de software Travis Brown, de Berlim, disse ao jornal The New York Times. O Twitter Blue foi lançado em formato de assinatura depois que o bilionário Elon Musk assumiu o comando da plataforma.

Brown conseguiu baixar dados como lista de seguidores do usuário, a hora da tela, a data em que as contas ingressaram no Twitter e o status da verificação azul. 

A partir dessas informações, foi identificado que o típico assinante do selo tinha uma média de 560 seguidores, embora alguns tivessem mais de 1 milhão, como Mika Salamanca (3,9 milhões), ou o site de notícias árabe Alwatan News (2,7 milhões), além de vários profissionais de filmes adultos.

Além disso, muitos dos assinantes do Twitter Blue eram influenciadores de extrema-direita, como o atirador de Kenosha (cidade americana), Kyle Rittenhouse, a conta Libs of TikTok e Catturd2. 

Os dados mostram ainda que milhares de assinantes estavam ligados a cerca de 5.000 contas de extrema-direita que já haviam sido sinalizadas pela plataforma por promover ideias extremistas. Alguns deles foram listados pela Universidade de Cornell (EUA) por postar teorias da conspiração sobre fraude eleitoral.

Musk demitiu 50% dos funcionários da rede, que tinha cerca de 8.000 colaboradores
Musk demitiu 50% dos funcionários da rede, que tinha cerca de 8.000 colaboradores
Foto: freestocks / Unsplash

Mês conturbado para o passarinho azul

A mudança no selo de verificação não foi a única decisão polêmica de Elon Musk ao longo deste último mês. Demissões de cerca de 50% dos funcionários, além acenos para uma “liberação geral” de contas anteriormente suspensas por espalharem ódio e inverdades, foram outros pontos que incomodaram desde que começou a gestão do empresário.

A decisão de Musk por tornar o selo azul pago levou-o a instituir um outro selo, cinza, de “Oficial”, para veículos de imprensa tradicionais, políticos e influenciadores, mas a empreitada durou menos de 48 horas. 

Assim, o Twitter Blue acabou sendo utilizado por perfis fakes, que simulavam ser pessoas famosas – como George Bush, Tony Blair e OJ Simpson, o que assustou muitos patrocinadores da rede.

Até a Eli Lilly, rede farmacêutica dos EUA, foi alvo do problema. Um tuíte de uma conta fake que pagou pela verificação disse que agora “a insulina seria de graça”. A mensagem foi capaz de fazer as ações do medicamento caírem 4% no mercado de ações.

Em razão das consequências negativas, Musk suspendeu o selo de verificação azul no dia 6 de novembro, mas diz que, após os ajustes, a plataforma voltará com a funcionalidade.

Fonte: Redação Byte
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