Fabricantes de aeronaves trabalham em tecnologia para cortar número de pilotos
Fabricantes de aeronaves estão trabalhando para adaptar jatos e reduzir o número de pilotos necessários para voos de longa distância e construir novos cockpits planejados para um único aviador, com objetivo de apaziguar a escassez global de pilotos e cortar custos para as companhias aéreas.
A Airbus e a Thales esperam que o número de tripulantes no cockpit em voos de longa distância, normalmente três ou quatro, possa ser reduzido para dois a partir de 2023, graças a novas tecnologias para reduzir a carga de trabalho do piloto.
"Essa não é uma data absurda. Reduzir a tripulação no longo prazo parece ser o passo mais acessível porque há outro piloto a bordo", disse Jean-Brice Dumont, chefe de engenharia da Airbus, à Reuters no airshow de Farnborough.
A Boeing está examinando reduzir a lotação do cockpit no projeto de um jato de médio porte que ela pretende colocar em serviço até 2025, se proceder com uma decisão de lançamento no ano que vem, de acordo com analistas da UBS. A Boeing não respondeu imediatamente a um pedido por comentário.
"Você pode ver os condutores de ambos os lados", disse Graham Braitwaite, diretor de sistemas de transportes da Universidade de Cranfield. "A tecnologia para voar uma aeronave no automático é brilhante. O outro elemento nisso tudo é que há uma falta de pilotos. Eles são um recurso muito caro."
Os proponentes da redução de números no cockpit dizem que a mudança, que pode começar com voos de carga, é inevitável, assim como o número de pilotos foi reduzido de três para dois nos anos 80, quando a posição de engenheiro de voo foi cortado devido a melhorias no planejamento de jatos como o Boeing 757.