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Facebook e YouTube removem conteúdo que apoia ataques a instituições no Brasil

9 jan 2023 - 20h59
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A Meta, dona do Facebook, e do YouTube, do Google, disseram nesta segunda-feira que estão removendo conteúdo de apoio ou que exalte o ataque às sedes dos Três Poderes, em Brasília, por manifestantes bolsonaristas.

Dezenas de milhares de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro depredaram o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal em um ataque no domingo.

"Antes da eleição, designamos o Brasil como um local temporário de alto risco e removemos conteúdo que defendia que as pessoas pegassem em armas ou invadissem o Congresso, o palácio presidencial e outros prédios federais", disse um porta-voz da Meta.

"Também estamos designando isso como evento de violação, o que significa que removeremos conteúdo que apoia ou exalta essas ações", disse o porta-voz. "Estamos acompanhando a situação e vamos continuar removendo conteúdo que viole nossas políticas".

Luiz Inácio Lula da Silva tomou posse em 1º de janeiro após derrotar Bolsonaro no segundo turno da eleição em outubro.

Bolsonaro se recusou a aceitar a derrota e grupos golpistas têm se organizado por redes sociais e plataformas de mensagens, como Twitter, Telegram, TikTok, YouTube e Facebook para organizar atos como os perpetrados na véspera.

O ministro do STF Alexandre de Moraes ordenou que as redes sociais bloqueiem os usuários que divulgam conteúdo golpista. A invasão das sedes dos Três Poderes foi planejada há pelo menos duas semanas em grupos em redes como do Telegram e do Twitter.

Mensagens vistas pela Reuters mostraram integrantes desses grupos organizando pontos de encontro em diversas cidades do país, de onde sairiam ônibus fretados para Brasília com a intenção de atacar prédios públicos.

Durante o ataque do Capitólio por apoiadores de Donald Trump, em janeiro de 2021, empresas de mídia social foram criticadas por não fazerem o bastante para impedir a organização dos simpatizantes do ex-presidente norte-americano, um aliado de Bolsonaro, que está na Flórida desde o final do ano passado.

Um porta-voz do YouTube disse à Reuters que a empresa está "acompanhando de perto" a situação no Brasil.

"Nossa equipe de segurança está removendo conteúdo que viole nossas diretrizes da comunidade, incluindo transmissões ao vivo e vídeos que incitam a violência", disse o porta-voz.

Um representante do Telegram disse que o aplicativo de mensagens está trabalhando com o governo do Brasil e grupos de verificação de fatos para impedir a disseminação de conteúdo que incite a violência.

"O Telegram é uma plataforma que apoia o direito à liberdade de expressão e o protesto pacífico. Convocações à violência, no entanto, são explicitamente proibidas em nossa plataforma", disse um porta-voz. "Nossos moderadores usam uma combinação de monitoramento proativo em partes públicas da plataforma, além de aceitar denúncias de usuários, a fim de remover esse conteúdo".

O TikTok e o Twitter não responderam imediatamente aos pedidos de comentários.

A equipe do Twitter no Brasil foi fortemente reduzida com demissões após a compra por Elon Musk, em outubro, que incluiu oito funcionários que supervisionaram os trending topics e ajudaram a adicionar contexto aos tuítes que foram rotulados como desinformação, segundo uma fonte a par do assunto.

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