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Facebook não morreu: quem ainda dá força para a rede social

Plataforma segue sendo a mais usada do mundo, mas popularização do vídeo ainda pode ameaçar sua existência

21 out 2022 - 05h00
(atualizado às 18h20)
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Robilloti passa em média três horas a 3h30 por dia no Facebook, entre leituras, vídeos e escrita de textos ou de comentários
Robilloti passa em média três horas a 3h30 por dia no Facebook, entre leituras, vídeos e escrita de textos ou de comentários
Foto: Paulo Robilloti

Há quem diga que o Facebook está morrendo, devido principalmente à queda de usuários e faturamento neste ano, além da pesada concorrência contra outras redes sociais nos últimos anos. Mas ainda é prematuro falar em fim ou derrocada da plataforma, segundo especialistas ouvidos por Byte. No lugar, seu público atual adotou usos mais direcionados.

Depois da primeira queda de faturamento no segundo trimestre, com a perda de 2 milhões de usuários mensais ativos – 1% a menos que o mesmo período no ano anterior – e a Meta perder o equivalente a US$ 232 bilhões (R$ 1,22 trilhão) de valor de mercado em apenas um dia, muitos acreditaram que estamos presenciando os últimos tempos do Facebook.

Mas segundo uma pesquisa de abril deste ano da We Are Social com a Hootsuite, o Facebook segue sendo a rede social mais usada no mundo, com 2,91 milhões de usuários ativos no planeta. Em seguida vem o YouTube, com 2,5 milhões de usuários ativos; e o WhatsApp, com 2 milhões.

O Facebook ainda é a rede social mais usada pelas empresas (52%), seguido pelo WhatsApp (46,1%), Instagram (40,7%), YouTube (35,6%) e Linkedin (33,4%). De acordo com a mesma pesquisa, 47,5% dos usuários de redes sociais de 16 a 64 anos as utilizam para manter contato com amigos e familiares, enquanto 36,6% para preencher tempo livre e 34,8% para ler sobre novas histórias. 

Um estudo conduzido em 2019 pela consultoria Activate, porém, já havia mostrado que a média de tempo do usuário no Facebook tinha caído 26% em relação aos dois anos anteriores. Já na época, o TikTok apresentava uma ameaça pelo crescimento acelerado de 1533% entre 2017 e 2019.  

Cerca de 47,5% dos usuários de 16 a 64 anos ainda usam Facebook para manter contato com amigos e familiares
Cerca de 47,5% dos usuários de 16 a 64 anos ainda usam Facebook para manter contato com amigos e familiares
Foto: Simon / Pixabay

De vídeo de sertanejo a conversas da "bolha"

Nair Gualassi Gutierres, de 74 anos, é aposentada há 14 anos e se considera uma usuária ferrenha da rede social. Segundo ela, o uso do Facebook é, em sua maior parte, para encontrar amigos, mas também diz gostar de grupos, além de ver receitas, encontrar parentes do interior, ver vídeos de música sertaneja e de casamentos.

“Gosto também do Instagram, mas lá eu não tenho esse negócio de procurar os amigos, fazer amizades, até com quem não é amigo, e no Facebook a gente consegue achar. Eu consegui através do Facebook ver uma parente minha que mora lá no Paraná”, explicou. Dona Nair usa apenas três plataformas na web: WhatsApp, Facebook e Instagram.

A plataforma tem outras funções para o economista, professor da ESPM e doutorando em Economia na Unicamp, Paulo Robilloti, de 35 anos: ler notícias, saber o que a sua “bolha” está falando, ver vídeos, memes, comentários e escrever textos.

“Faço parte de vários grupos. O Facebook tem uma capilaridade que não vejo em outras redes sociais ainda, e é o que me torna muito aberto a ele. Por exemplo, vou passar por uma cirurgia, e no momento em que tive o diagnóstico, entrei no Facebook e encontrei um grupo com a mesma condição e que tem muitas trocas. É uma rede muito solidária”, argumentou o professor.

Robilloti passa em média de três horas a 3h30 por dia no Facebook, entre leituras, vídeos e escrita de textos maiores ou mesmo de comentários. A preferência pela plataforma é por ela “permitir que se façam textos e reflexões mais longas”. “Ele é mais aberto a você dar uma extravasada, porque no Linkedin todo mundo é muito polido, por ser mais profissional, e no Instagram o que pega é a imagem”, comentou.

Facebook ainda lidera ranking de rede mais usada no mundo, mas TikTok tem crescido rápido e atraído mais jovens
Facebook ainda lidera ranking de rede mais usada no mundo, mas TikTok tem crescido rápido e atraído mais jovens
Foto: Nathan Dumlao / Unsplash

Muitos ainda estão lá, mas não movimentam a rede

De acordo com a professora da Faculdade Cásper Líbero e consultora de mídias sociais Carolina Frazon Terra, o Facebook perdeu um pouco dos seus usuários mais jovens, que migraram principalmente para o Instagram e para o TikTok, mas o que há de mais evidente é uma diminuição do uso do Facebook, não necessariamente uma saída da plataforma. 

Para ela, outro ponto que mantêm as pessoas no Facebook são os logins sociais, isto é, usar o login da rede para usar outros apps, além dos relacionamentos. "(Há) a questão também do capital social que você adquiriu ao longo dos anos, a rede que construiu ali”, contou ela. Além disso, a facilidade de uso e a possibilidade de fazer textos mais longos contribuiriam para a permanência no app.

Outras pessoas permanecem por objetivos específicos, como procurar emprego ou interagir com pessoas que possuem os mesmos interesses, como acontecia com as “comunidades” no Orkut. O Facebook, além do Linkedin, é a única plataforma que permite isso, e de forma mais descontraída.

Para Marcelo Santos, professor em tendências e estudos do futuro da ESPM, a ideia de “comunidades virtuais” que deu gênese ao Facebook está enfraquecida. “Várias soluções de mercado, no Brasil sobretudo o WhatsApp, que é da Meta, têm oferecido meios para se criar redes sociais digitais”, afirmou. “Isso acentua a tendência de plataformas focadas em entretenimento, como Instagram e TikTok, mais do que em laços sociais.”

O Facebook parece ter perdido mais fôlego no Brasil do que em outros países. Aqui, o mensageiro WhatsApp ganha status de rede social para muitos. “Mas é difícil falarmos em perda do Facebook quando mais de 88,2% das população ainda está conectada a ele”, disse Terra. 

Para a professora, o perfil de usuários da rede social é formado principalmente por pessoas ligeiramente mais velhas, de 35 anos ou mais. “Para elas, é uma perda sair do Facebook, porque elas já têm uma rede estabelecida de contatos, e acompanham aniversários, podem participar de grupos, entre outras atividades”, explica. Mas isso não significa que pessoas mais jovens não estejam ali; só não usam com a mesma frequência que fazem com as outras redes. 

Fonte: Redação Byte
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