Facebook pede desculpas pelos erros de moderação em postagens denunciadas
Discursos de ódio e assédio a usuários de internet hoje em dia, infelizmente, se tornaram uma espécie de ocorrência rotineira em muitas redes sociais e plataformas de bate-papo. No Facebook especificamente, que conta até o presente momento com cerca de 2 bilhões de membros cadastrados — um número que provavelmente continuará em crescimento —, o trabalho de policiar conteúdos ofensivos se prova uma tarefa cada vez mais desafiadora.
A equipe de moderadores de conteúdo da rede de Mark Zuckerberg conta com 7.500 pessoas até então, e juntamente com os famigerados algoritmos do site, o grupo tem a responsabilidade de analisar incontáveis publicações denunciadas como inapropriadas, com conteúdos que variam desde terrorismo a abuso infantil. Estas exposições nem sempre parecem adequadas, porém, em suma por conta das orientações e políticas ambíguas do Facebook.
Graças a isso, a organização sem fins lucrativos ProPublica entrou em contato com os responsáveis pela moderação e controle de conteúdo impróprio, quando uma de suas leitoras denunciou uma imagem que continha um comentário desrespeitoso aos muçulmanos, e a rede social nada fez a respeito, classificando a publicação como aceitável. Todavia, de maneira contraditória, um comentário desta mesma foto, extremamente agressivo e violento, foi reportado muitas vezes por diversos usuários, sendo posteriormente excluído.
Intrigada com este ocorrido, a ProPublica enviou uma coleção de 49 publicações contendo discursos de ódio ao Facebook. Em resposta à organização, a rede social admitiu que os revisores cometeram erros em 22 dos casos, e em outros 6, os usuários foram responsabilizados por "não denunciarem as publicações corretamente". 2 não tinham informações suficientes para prosseguir com a análise, e as últimas 19 ocorrências foram defendidas pela empresa. Todas as postagens abordavam sexismo, racismo e preconceito religioso.
Em resposta à organização, o vice-presidente do Facebook Justin Osofsky, comenta que por semana, cerca de 66 mil publicações são relatadas como material sensível, e que a companhia lamenta pelos erros cometidos. Por fim, o executivo ainda sugeriu que as coisas devem melhorar, e revelou que a rede social irá aumentar sua equipe de proteção e de segurança, contratando 20 mil pessoas em 2018 para, assim, trazer mais conforto e bons ares à comunidade.
Ao longo deste ano, a rede social também vem trazendo novos recursos a seus usuários para combater este tipo de conteúdo impróprio. Em abril, por exemplo, o Facebook lançou uma ferramenta que evita postagem de fotos íntimas sem permissão, e neste mês aplicou um serviço que silencia amigos por 30 dias na plataforma, de forma a diminuir contato com comentários tóxicos e ignorar assediadores.