Fazendeiros têm usado colar de GPS e "cercas virtuais" para gado; entenda
Coleiras são colocadas nos animais, que são alertados quando se aproximam dos limites estabelecidos; se tentarem ultrapassar, recebem choque
Já imaginou ter um cercado virtual para prender os bichos de uma fazenda? Bem, é o que está sendo feito no estado do Colorado, nos Estados Unidos, como parte de um teste do Bureau of Land Management com milhares de bovinos em mais de 2.000 km² de terra. Com um aplicativo conectado às coleiras dos animais, pecuaristas direcionam o movimento de seus rebanhos.
“Estamos lidando com computadores e com vacas, então nem sempre tudo sai como planejado”, disse ao New Scientist, Clayton Gerard, o fazendeiro do Gerard Family Ranch. Mas independentemente dos imprevistos, o sistema de cercas virtuais tem dado certo.
Funciona assim: cada vaca é equipada com uma coleira; cada vez que os animais chegam perto do limite estabelecido, o objeto provoca sons de alerta e um choque elétrico para impedir o animal de atravessar. Por meio do app conectado à coleira, pecuaristas também podem redefinir os limites estabelecidos anteriormente.
Os fazendeiros acreditam ainda que esse sistema permitirá que os bichos se alimentem mais uniformemente na faixa delimitada, o que pode ajudar a reduzir a erosão do solo.
Embora essa ideia já exista há muito tempo, foi apenas com o advento do GPS, baterias e redes celulares que ela pôde se tornar real, segundo o que afirma Kristy Wallner, do Bureau of Land Management.
Uma das empresas responsáveis pela novidade, a Nofence, já vendeu cerca de 50 mil coleiras, de acordo com o CEO Knut Bentzen. Mas o projeto Colorado está utilizando modelos da Vence.
Dificuldades e bem-estar dos bichos
Gerard contou que “tem sido difícil” treinar vacas mais velhas para responderem à cerca virtual, e o sistema seria bem mais caro sem apoio do governo, mas está convencido de que essa será uma ferramenta importante. No mundo, até o momento, existem 90 mil animais sendo monitorados dessa forma.
As coleiras de choque funcionam levando em conta o bem-estar dos animais, de acordo com Anne Cathrine Linder, da Universidade Técnica da Dinamarca.
Quanto melhor os animais forem treinados, a ideia é que respondam apenas ao sinal de alerta, o que minimizaria os choques elétricos. Porém, a ideia é proibida em países como a Dinamarca, por exemplo.