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Fetos com órgãos "invertidos": o que está causando disparada de casos na China?

Médicos apontam que a causa pode estar relacionada com o encerramento da política de tolerância zero à covid do país, no final de 2022

3 nov 2023 - 16h53
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Casos de bebês com órgãos virados quadruplicaram na China
Casos de bebês com órgãos virados quadruplicaram na China
Foto: Charles Eugene/Unsplash

Os primeiros sete meses de 2023 trouxeram surpresas para muitas famílias da China. De acordo com um relatório publicado no New England Journal of Medicine na última quinta-feira (2), houve um aumento significativo – e inexplicável – de fetos com situs inversus, condição congênita rara em que os órgãos no tórax e abdômen estão dispostos de forma espelhada em relação às posições normais. 

O número de fetos identificados com essa condição quadruplicou no período pesquisado em comparação com os números históricos, segundo os médicos. A boa notícia é que, apesar de rara, a maioria das pessoas com a condição tem expectativa de vida normal.

Pesquisadores de dois grandes centros obstétricos nas cidades de Xangai e Changsha combinaram seus registros clínicos de janeiro de 2014 a julho de 2023. A descoberta foi que o total de casos de cada ano era normalmente algo em torno de cinco a seis entre 10 mil grávidas que passaram por ultrassonografias até 2022. Já em 2023, a taxa saltou para quase 24 casos por 10 mil exames de ultrassom.

Ao comparar mês a mês, foi analisado que o aumento de situs inversus começou em abril e continuou até junho, antes de voltar ao número mais baixo em julho. O estudo relatou 56 casos entre janeiro e julho de 2023 entre 23.746 pessoas grávidas submetidas a ultrassonografias.

Os diagnósticos da condição são feitos entre a 20ª e a 24ª semana de gestação. Os autores da pesquisa também observaram que não houve mudanças nos critérios de diagnóstico que pudessem explicar o "aumento surpreendente".

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Ligação com a covid-19

Apesar de não existirem evidências concretas, os médicos citam a teoria que o crescimento dos diagnósticos esteja conectado a um aumento nos casos de covid-19 no final de 2022, após a suspensão da política de tolerância zero à covid na China.

Os casos atingiram o pico no final de dezembro, e a onda, que pode ter afetado 82% do país, segundo a pesquisa, se estendeu até o início de fevereiro.

O aumento de situs inversus começou proximadamente quatro meses após o pico nos casos de covid-19. A especulação é que o vírus poderia ter desencadeado a condição diretamente, infectando fetos no útero, ou indiretamente, por meio de respostas inflamatórias maternas.

O relatório divulgado não possui dados de diagnóstico de covid-19 em grávidas portadoras de fetos com a situs inversus. Também não inclui dados sobre fatores genéticos e ambientais que poderiam estar relacionados ao fenômeno. Além disso, não houve comparação com outras ondas de covid-19 na China desde 2019.

Desta forma, os autores admitem que "não se pode chegar a nenhuma conclusão" com base nas informações atuais. No entanto, eles pedem mais pesquisas para entender o que estava por trás do aumento dos bebês com órgãos invertidos e o possível papel do SARS-CoV-2 na situação.

Fonte: Redação Byte
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