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Físico diz que a viagem no tempo é possível sem criar paradoxos

Cálculos matemáticos mostram que o espaço-tempo pode potencialmente se adaptar para evitar conflito de princípios gerais básicos

20 dez 2022 - 11h42
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Jovem físico 'quadra os números' sobre viagens no tempo
Jovem físico 'quadra os números' sobre viagens no tempo
Foto: Freepik

Há alguns anos, Germain Tobar, estudante de física na Universidade de Queensland, na Austrália, estava investigando a possibilidade de viajar no tempo. Ele descobriu que, ao elevar números de algumas equações ao quadrado, um novo método de viagem poderia ser realizado sem passar pelos famosos 'paradoxos' que marcam outros estudos da mesma área.

Os resultados da pesquisa foram publicados na revista científica Classical and Quantum Gravity.

Imagine uma pessoa voltando ao passado para impedir que uma doença se espalhe (como a covid-19). Se a missão for bem-sucedida, a doença não se espalharia e o viajante do tempo não teria, depois disso, nenhuma motivação para voltar no tempo e derrotar uma pandemia. Mas, se ele não volta no tempo, a doença existirá e se espalhará.

Esse é um exemplo de impasse gerado por diversas teorias de viagem no tempo. O ponto é que o que cálculos matemáticos de Tobar mostram que o espaço-tempo pode potencialmente se adaptar para evitar este conflito de princípios gerais básicos — em outras palavras, o paradoxo.

Mais do que isso: o trabalho do estudante sugere que, no exemplo, a doença ainda escaparia de outra maneira, por uma rota diferente ou por um método diferente, removendo o paradoxo— o que quer dizer que o viajante do tempo fizesse, a doença não seria interrompida.

“Isso é um paradoxo – uma inconsistência que muitas vezes leva as pessoas a pensar que a viagem no tempo não pode ocorrer em nosso universo”, explicou Tobar.

Neste exemplo, o viajante pode tentar impedir que o paciente zero seja infectado, mas, ao fazer isso, pegaria o vírus e se tornaria o paciente zero, ou outra pessoa o faria.

“Não importa o que você fizesse, os eventos importantes apenas seriam recalibrados ao seu redor”, comentou.

“Isso significaria que – independentemente de suas ações – a pandemia ocorreria, dando ao seu eu mais jovem a motivação para voltar e detê-la".

As máquinas do tempo que os cientistas criaram até agora são tão conceituais que atualmente existem apenas como cálculos em uma página
As máquinas do tempo que os cientistas criaram até agora são tão conceituais que atualmente existem apenas como cálculos em uma página
Foto: Freepik

Embora os números possam funcionar, dobrar o espaço e o tempo para entrar no passado permanece indescritível – as máquinas do tempo que os cientistas criaram até agora são tão conceituais que atualmente existem apenas como cálculos em uma página — ou em ficção científica.

Apesar de não uma tarefa fácil para os não-matemáticos, a pesquisa analisa a influência de processos determinísticos (sem qualquer aleatoriedade) em regiões no espaço-tempo e demonstra como ambas as curvas fechadas semelhantes ao tempo (conforme previsto por Einstein) podem se encaixar nas regras do livre-arbítrio e da física clássica.

Suavizando o entendimento 

Há outra hipótese de que a viagem no tempo é possível, mas que os viajantes do tempo seriam restritos no que faziam, para impedi-los de criar um paradoxo. 

Neste conceito, os viajantes do tempo teriam a liberdade de fazer o que quiserem, mas os paradoxos não seriam possíveis.

Em comunicado, o físico e professor Fabio Costa, da mesma universidade, explicou que por mais que você tente criar um paradoxo, os eventos sempre vão se ajustar, para evitar qualquer inconsistência.

"A gama de processos matemáticos que descobrimos mostra que a viagem no tempo com livre arbítrio é logicamente possível em nosso Universo sem nenhum paradoxo", disse.

Fonte: Redação Byte
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