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Foguete 'abandonado' que vai colidir com a Lua não é da SpaceX

Equipamento foi lançado pela China em 2014 em missão de exploração espacial

18 fev 2022 - 17h33
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Ao contrário do que se pensava, o foguete Falcon 9, lançado pela SpaceX há 7 anos e ainda vagando pelo espaço, não deve colidir com a Lua, conforme estava planejado para acontecer em 4 de março. Na verdade, a colisão vai acontecer com um propulsor chinês, o Chang 5-T1 — mas não espere acompanhar isso da Terra, já que tudo deve ocorrer no lado escuro da Lua.

As informações são do astrônomo Bill Gray, quem primeiro apontou o Falcon 9 em rota de colisão com a Lua. No último final de semana, porém, o cientista corrigiu a informação.

"O objeto tinha o brilho que esperávamos e apareceu no momento esperado, movendo-se em uma órbita razoável. Mas, nas observações, eu deveria ter notado coisas estranhas", escreveu Bill Gray em um post. Segundo outros astrônomos, esse "erro honesto" apenas mostra o pouco investimento em material para observação espacial.

O Falcon 9 foi lançado em 2015, carregando o Deep Space Climate Observatory (DSCOVR) da agência espacial americana, a NASA. Esse objeto foi carregado para o ponto Sol-Terra L1 Lagrange e é usado até hoje para avisos prévios de atividades de vento solar. No entanto, o foguete tornou-se apenas um pedaço de lixo espacial vagando pela órbita do Sol.

A informação corrigida veio de Jon Giorgini do Jet Propulsion Laboratory (JPL). Giorgini afirmou que a trajetória inicial do DSCOVR não passou perto da Lua, por isso era estranho que o foguete que Gray estava acompanhando parecesse ter passado por ali apenas dois dias após o lançamento.

Com essa informação em mãos, o astrônomo chegou à conclusão de que o que se encaixava dentro da trajetória era o Chang 5-T1, o precursor da bem-sucedida missão chinesa à Lua em 2014.

Após o erro, Bill Gray aproveitou para fazer um pedido de implementação no sistema de rastreamento para que seja mais rígido. Além disso, recomendou que fornecedores de lançamentos fizessem a disponibilização pública das últimas trajetórias. Também disse que devem considerar a redução do lixo espacial, desorbitando os propulsores não-utilizados sempre que possível. Por fim, o cientista sugeriu a criação de uma organização internacional para realizar o rastreamento preciso desses objetos, frisando que esse programa deve ser bem financiado.

Estadão
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