Ford fecha acordo de US$4,5 bi para fábrica de materiais para baterias de veículos elétricos
A Ford fechou acordo com a PT Vale Indonésia e a chinesa Zhejiang Huayou Cobalt para serem parceiras em uma unidade de processamento de níquel de 4,5 bilhões de dólares na Indonésia, disseram as empresas na quinta-feira.
O investimento é o primeiro da Ford no país do Sudeste Asiático e ressalta o crescente interesse das montadoras por matérias-primas utilizadas na produção de baterias para veículos elétricos, que representam cerca de 40% do preço de etiqueta de um veículo, com o objetivo de cortar custos e fechar a lacuna em com a líder do mercado de veículos elétricos Tesla.
A Indonésia, que possui as maiores reservas de níquel do mundo, vem tentando desenvolver o processamento para o metal bruto, com o objetivo final de produzir baterias e veículos elétricos.
A unidade de lixiviação ácida de alta pressão (HPAL) proposta será localizada em Pomalaa, no sudeste de Sulawesi, onde a Vale opera uma mina de níquel.
As mineradoras Vale e Huayou iniciaram a construção da planta em novembro e a operação comercial está prevista para começar em 2026.
Febriany Eddy, presidente-executiva da Vale Indonésia, disse que o acordo é único em trazer a montadora dos Estados Unidos para um negócio 'upstream' de níquel.
A Vale disse que tem 30% de participação no projeto, sendo o restante controlado pela Ford e Huayou.
As empresas não informaram quanto a montadora vai investir na usina, que deverá produzir 120 mil toneladas por ano de precipitado de hidróxido misto, material extraído do minério de níquel para uso em baterias de veículos elétricos.
"A Ford pode ajudar a garantir que o níquel que usamos em baterias de veículos elétricos seja extraído, produzido dentro dos mesmos padrões ESG como parte de nossos negócios em todo o mundo", disse Christopher Smith, diretor de assuntos governamentais da Ford, na cerimônia de assinatura.
O governo da Indonésia proibiu as exportações de minério de níquel não processado desde 2020 para garantir o fornecimento para investidores existentes e potenciais, enquanto também corteja fabricantes globais de veículos elétricos, como a Tesla e o BYD Group da China, para investir no país.